Recessão brasileira aprofunda com três anos perdidos, diz FMI

Por David Biller.

O Brasil não voltará a crescer até pelo menos 2018, após dois anos de recessão e de estagnação, marcando a primeira vez em mais de um século que a maior economia da América Latina não consegue expandir por tanto tempo, disse o FMI.
 

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O FMI cortou a previsão econômica de 2017 do Brasil de 2,3 por cento de crescimento para estagnação, na atualização do seu “World Economic Outlook”, publicado pela última vez em outubro. O PIB encolherá 3,5 por cento este ano, depois de contrair 3,8 por cento em 2015, disse em 19 de janeiro. Essa seria a primeira vez desde 1901 que o Brasil tem dois anos seguidos de uma recessão acima de 3 por cento, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica do governo, conhecido como IPEA.
 

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As estimativas significam que o credor de Washington agora está mais pessimista do que todos, mas quatro dos 23 economistas consultados pela Bloomberg, cuja estimativa mediana é para o Brasil expandir 1 por cento no próximo ano. A confiança se afundou para mínimos históricos no País, pressionando tanto o consumo quanto o investimento, e os baixos preços de exportações de commodities não fornecem nenhum alívio. O cenário econômico repleto deteriorou-se em meio a uma investigação sobre suborno na produtora estatal de petróleo Petrobras, com envolvimento de políticos-chave e executivos de negócios.

“A recessão causada pela incerteza política continuou em meio a precipitação da investigação Petrobras que está provando ser mais profunda e prolongada do que o esperado anteriormente”, disse o FMI no relatório, que não forneceu previsões para além de 2017.

O Brasil e outras nações submetidas nessa “aflição econômica” vão arrastar a América Latina e o Caribe em uma contração de 0,3 por cento este ano, de acordo com o relatório. O FMI citou a recessão do Brasil como um fator-chave por trás de suas revisões abaixo das perspectivas econômicas mundiais este ano e o próximo.
 

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