Após êxodo nos bonds, Peru mira em estrangeiros no swap de US$ 6 bilhões

Por John Quigley.

Para o presidente Pedro Pablo Kuczynski ter sucesso na conversão de até US$ 6 bilhões de dívida externa do Peru em dívida em moeda local, ele precisará convencer os investidores estrangeiros que fugiram do país em levas nos anos recentes.

O veterano de Wall Street, que assumiu o cargo em julho, está pedindo ao Congresso do Peru que aprove um plano para incluir a recompra ou o swap de notas denominadas, principalmente, em dólares norte-americanos, bem como alguns bonds nacionais que vencem nos próximos anos. O país teria como objetivo financiar os acordos, que entrariam em vigor no próximo ano, vendendo basicamente dívida em moeda local.

Kuczynski, conhecido por suas iniciais PPK, está buscando reanimar a demanda dos investidores estrangeiros, que reduziram suas posições em dívida em sol para a mínima de cinco anos, aos 34% em junho, e que agora estão lutando com as perspectivas de taxas de juros mais altas nos EUA. E há sinais de estrangeiros retornando. Enquanto suas posições ainda não estão nem próximas da máxima de 58% em 2013, eles apresentaram o maior salto em 18 meses em agosto. Os yields na dívida local também despencaram nesse ano à medida que o Peru apresentou o crescimento mais rápido entre as economias latino-americanas.

“Acho que eles conseguirão sair dessa”, afirmou Sean Newman, gestor de recursos na Invesco Advisers em Atlanta. “O Peru é altamente conhecido e visto como sendo prudente quando se trata de política fiscal.”

Carlos Blanco, o head de dívida pública do Peru, reconhece que o apetite por dívida de mercados emergentes diminuiu em meio a especulações de que o Fed aumentará os custos de empréstimos.

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Ainda assim, “uma vez que nós passarmos a questão do Fed, as coisas serão mais calmas”, disse Blanco em uma entrevista em Lima. “É um bom momento para conduzir a gestão responsável dos passivos.”

Os investidores têm estado otimistas com o Peru desde que Kuczynski, que foi um diretor-administrativo no First Boston Corp. nos anos 1990, venceu a eleição presidencial em junho. Ele prometeu acelerar os investimentos em infraestrutura e mineração para incentivar o crescimento. Ele também fortaleceu a confiança do investidor ao indicar Alfredo Thorne, um ex-head de research para América Latina no JPMorgan, como ministro de Finanças.

Analistas pesquisados pela Bloomberg esperam que o Peru apresenta o crescimento econômico mais rápido entre os pares regionais pelo segundo ano consecutivo em 2017, enquanto ostenta a menor taxa de inflação.

E apesar de ser um desafio levantar US$ 6 bilhões vendendo essencialmente bonds denominados em sol, o Peru tem recebido uma segunda chance dos investidores”, disse Andres Uribe, head de investimento e tesouro no Mapfre Peru.

“O histórico do Peru é muito bom, e a mudança de ambiente gerou muito entusiasmo localmente e internacionalmente”, afirmou. “Isso vai ajudar quando eles quiserem emitir volumes maiores.”

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