Valuation de US$ 8,3 bilhões da Citgo pela PDVSA é questionado por traders de bonds

Por Christine Jenkins.

A estatal petroleira venezuelana está tentando conseguir um alívio na dívida ao oferecer aos detentores de dívida um pedaço de seu braço norte-americano de refinaria como colateral. Um problema é que os analistas afirmam que a unidade não vale o tanto que a companhia diz valer.

A PDVSA revelou em 16 de setembro um plano para rolar o vencimento de US$ 7 bilhões em notas. Enquanto ela diz que não pagará nada mais aos investidores do que o valor de face para trocar seus bonds por dívida de longo prazo, ela ofereceu a eles um swap por ativos garantidos por uma “penhora de primeiro grau”, com uma parcela de 50,1% da Citgo. A PDVSA disse ter avaliado a Citgo em cerca de US$ 8,3 bilhões, líquido de dívida, ao fim do ano passado.

Mas o economista Francisco Rodriguez, da Torino Capital, afirma que a unidade pode valer apenas pouco mais da metade disso, a US$ 4,8 bilhões. O colateral também não garante que os detentores de dívida da PDVSA serão os primeiros da fila a serem pagos no evento de um calote. A parcela na Citgo significa que poderia haver uma troca no controle, que faria outras dívidas vencerem antes dos novos bonds, disse Russ Dallen, sócio-gerente na Caracas Capital.

Dadas essas preocupações, os investidores têm reagido negativamente à oferta da PDVSA. Suas notas com vencimento em novembro de 2017 despencaram 2,7% em 19 de setembro.

A PDVSA está efetivamente dizendo, “aqui está um cálculo a grosso modo do que nós valemos, mas sem fornecer nenhuma avaliação externa”, disse Dallen, referindo-se ao Citgo.
Tornando as coisas piores para a PDVSA, a S&P rebaixou a companhia para CC na segunda-feira e disse que, embora o swap seja tecnicamente voluntário, é considerado uma troca em situação de estresse. A Fitch avaliou os bonds propostos com uma nota CCC.

“O colateral oferecido pode melhorar apenas marginalmente a recuperação” no evento de um default, afirmou a Fitch.

BBF_21_9_p3_1

O ministro do Petróleo Eulogio Del Pino disse em uma entrevista na segunda-feira à PDVSA TV que a oferta era justa e que ele esperava que a maior parte dos detentores de dívida iriam aceitar. A Venezuela tem uma estratégia “suficientemente avançada” para cumprir com suas obrigações se a oferta for recusada, disse.

O governo pode ter “calculado mal” ao pensar que o valor do colateral é suficientemente atrativo, apesar de ainda ser motivo suficiente para os bonds negociarem a yields mais baixos de que as dívidas não-garantidas, afirmou Rodriguez, da Torino, em relatório. “Um incentivo 1 a 1 provavelmente é menos do que o necessário para convencer uma grande parcela dos detentores de dívida.”

Agende uma demo.