Bom momento para carry trade na América Latina dificilmente irá durar

Por Ralph Cope.

Os investidores em carry trade na América Latina estão aproveitando os retornos mais fortes desde 2011, apesar de apenas poucos profissionais estimarem que isso irá durar em 2017.

A performance mais forte, o real brasileiro, acumula retorno total de cerca de 32% neste ano, e um índice Sharpe de três vezes, significando que cada ponto porcentual de risco tomado nas operações gera três pontos porcentuais de retorno. Um investidor que tomou emprestado US$ 100 no começo do ano e comprou ativos que pagam juros regulares e periódicos denominados em peso colombiano, sol peruano, real brasileiro, peso chileno e peso mexicano, com iguais proporções, teria agora um investimento equivalente a US$ 113.

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Isso acontece mesmo com a fraca performance do peso mexicano. Investidores com a operação vendida em dólar norte-americano e comprada em peso teria perdido 4% nesse ano, uma vez que os traders têm feito isso para formar um hedge contra inúmeros riscos, incluindo a chance de Donald Trump presidir os EUA.

Os retornos, em geral, são os melhores desde o colapso do Lehman Brothers em setembro de 2008. Essa cesta igualmente balanceada de cinco moedas latino-americanas entregou um retorno médio anualizado total de 0,4%, e um índice Shape de 0,05.

Isso significa que US$ 100 investidos na cesta em setembro de 2008 seriam, agora, equivalentes a US$ 103, incluindo todos os juros recebidos. Sem os juros, isso seria equivalente a US$ 73. O mesmo investimento no Barclays US Aggregate Total Return Index valeria US$ 143, US$ 108 no Barclay HF Emerging Market FX Index, e US$ 169 no MSCI World Total Return Index. pode ter sido a causa das moedas terem apreciado demais

O fluxo de capital direcionando essa operação pode ter sido a causa das moedas terem apreciado demais. Nenhuma das cinco devem entregar retornos positivos entre agora e o fim do ano, de acordo com analistas consultados pela Bloomberg, uma vez que ainda há a possibilidade de aumento de juros pelo Fed.

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