Este artigo de Sid Verma para a Bloomberg Markets foi publicado pela primeira vez no Terminal Bloomberg.
A libra esterlina tem mais em comum com o peso colombiano e o zloty polonês do que se pensa.
Com tantos altos e baixos nas negociações do Brexit, a recente montanha-russa na taxa de câmbio ressalta a similaridade da moeda britânica com moedas de países emergentes neste ano — pelo menos quando se trata de volatilidade.
A oscilação de 9 por cento da libra em relação ao dólar nos últimos 12 meses superou a de todas as moedas de mercados desenvolvidos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
A libra é a oitava moeda mais volátil nos mercados emergentes e avançados, emparelhando com moedas da América Latina e do Leste Europeu. A única moeda de país desenvolvido entre as 10 mais voláteis foi o dólar da Nova Zelândia, abalado por temores de desaquecimento da economia após o Partido Trabalhista inesperadamente receber apoio suficiente para formar um governo nas eleições realizadas em outubro.
“A grande libra esterlina agora é negociada como uma moeda de mercado emergente”, afirmou, pelo Twitter, Jim Leaviss, o responsável por juros fixos da M&G Investments, divisão da Prudential, que escreve frequentemente no popular blog Bond Vigilantes.
Euro, dólar canadense e franco suíço se comportaram de forma bem mais calma. A volatilidade concretizada dessas moedas em relação ao dólar no último ano foi de 7,5 por cento, 7,4 por cento e 7,1 por cento, respectivamente.
Para os investidores britânicos, o consolo é que a libra dificilmente sofrerá a mesma volatilidade enfrentada por seus pares nos mercados emergentes diante de mudanças globais de sentimento. A correlação da libra com um índice de taxas de câmbio de economias em desenvolvimento — que foi às alturas durante o tumulto provocado pela votação do Brexit — desabou no último ano.
A libra esterlina pode ser volátil, mas pelo menos está trilhando seu próprio caminho.