Bancos estrangeiros aumentaram a compra de títulos do governo; títulos de curto prazo se recuperam

Por Ralph Cope.

Bancos estrangeiros vêm comprando títulos de longo prazo da dívida venezuelana mesmo após os investidores terem recebido retorno acima do previsto nos papéis de curto prazo. Os títulos com vencimento em fevereiro de 2016 ofereceram retorno anualizado 123 por cento acima do previsto, enquanto as dívidas previstas para vencer em julho de 2018 retornaram 158 por cento em base anualizada para os seis meses até 12 de junho.
 

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Ao mesmo tempo, a curva de rendimentos invertida ficou estável, com a marca de um ano chegando a quase 2.000 pontos base. Os títulos de prazo mais longo ficaram de estáveis a negativos, com a curva de rendimentos subindo para 151 pontos base no marco de 10 anos.

Os relatórios mais recentes sobre a propriedade de títulos por entidades baseadas nos Estados Unidos mostraram que o maior comprador da dívida venezuelana no primeiro trimestre foi o Goldman Sachs, seguido pelo JPMorgan. A maior vendedora foi a Pimco.

Cerca de 85 por cento das compras do Goldman foram de títulos que vencem entre 2024 e 2034. As compras do JPMorgan se espalharam por um intervalo maior da curva, começando na marca de cinco anos e se estendendo até os 20 anos de vencimento.
 

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As curvas invertidas de títulos e curvas CDS mostram que o mercado acredita que o risco maior está no curto prazo. Ao contrário da vizinha Argentina, a Venezuela nunca deu o calote na dívida externa. Os bancos estrangeiros podem estar apostando que o presidente Nicolás Maduro vai manter o histórico impecável do país intacto.

As compras e vendas podem estar relacionadas a reestruturações de portfólios ou cobertura de vendas a termo, e não necessariamente representam uma busca por lucro.

Porta-vozes do Goldman Sach, da Pimco e do JPMorgan Asset Management não quiseram comentar.

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