Por Manuel Baigorri e Eyk Henning.
A BASF e a Syngenta estão entre as companhias que apresentaram ofertas preliminares pelos ativos que a Bayer planeja vender para conseguir aprovação regulatória para a aquisição da gigante de sementes Monsanto por US$ 66 bilhões, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
As duas companhias mostraram interesse preliminar na aquisição dos negócios, que incluem canola, sementes de algodão e a linhagem resistente a herbicidas LibertyLink e seu herbicida de glufosinato, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as deliberações são privadas. A Bayer também poderá vender as operações de alho e sementes de pimenta separadamente ou como parte do pacote completo, disseram as pessoas. No total, as operações vendidas poderão chegar a US$ 2,5 bilhões a US$ 3 bilhões, disseram.
Executivos da BASF e da Syngenta haviam dito anteriormente que buscariam apresentar ofertas pelos ativos que a Bayer está vendendo para concluir a fusão com a Monsanto neste ano. As discussões estão em fase inicial e as disposições ainda poderão demorar alguns meses para serem concluídas, disseram as pessoas. Nenhuma decisão final foi tomada e as companhias ainda poderiam decidir não avançar com as propostas, disseram.
Representantes da BASF, da Syngenta e da Bayer preferiram não comentar.
A Bayer colocou os ativos à venda no início do ano e convidou os interessados a apresentarem ofertas pelo pacote completo ou por negócios individuais, possivelmente se antecipando às preocupações das autoridades antimonopolistas em meio à consolidação dos setores de sementes e de pesticidas, disseram anteriormente pessoas com conhecimento do assunto.
A BASF não tem participado da onda de compras da indústria agroquímica até o momento, mas a Syngenta passa por um processo de venda para a China National Chemical Corp., um negócio de US$ 43 bilhões. A DuPont fechou acordo para venda de seus ativos de proteção de safras à FMC em março para conseguir a aprovação da fusão com a Dow Chemical pelos órgãos reguladores.
Para a BASF, a decisão de adquirir os ativos de sementes da Bayer também seria um distanciamento em relação a sua estratégia atual, focada na proteção de lavouras. A unidade de soluções agrícolas da companhia registrou 5,57 bilhões de euros (US$ 6,25 bilhões) em receita no ano passado, 4,3 por cento menos que no ano anterior.
A Bayer está reforçando seu balanço antes da aquisição planejada da Monsanto. Neste mês, a empresa levantou cerca de 2,1 bilhões de euros vendendo ações e títulos conversíveis da fabricante de produtos químicos Covestro, lucrando com o rápido aumento do preço das ações desde a separação da unidade, em 2015.
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