Por Alistair Barr e Jillian Ward.
A Alphabet, a Microsoft e a Intel, que publicaram resultados trimestrais na quinta-feira, reforçaram algo que virou uma obviedade no setor de tecnologia: o maior crescimento está em empresas que oferecem produtos informatizados por meio da internet.
A Microsoft superou as projeções sobre a força do aumento das assinaturas de clientes para seus produtos na nuvem, como o Azure, que viu suas receitas quase dobrarem. As vendas da Intel subiram mais que o esperado, ajudadas por encomendas de processadores instalados em servidores de centros de dados — as máquinas que estão no cerne da computação na nuvem.
Apesar da decepção em relação ao lucro da empresa controladora do Google, a Alphabet, os números também sinalizaram que o investimento pesado para alcançar as líderes do segmento, Amazon.com e Microsoft, está compensando. A linha “Outras receitas” do Google, que inclui computação na nuvem, deu um salto de 62 por cento no quarto trimestre, para US$ 3,4 bilhões.
“Nosso negócio na nuvem está em uma tremenda ascensão”, disse o CEO do Google, Sundar Pichai, na quinta-feira, durante teleconferência com analistas. “Para mim, definitivamente teremos um ano excelente.”
O que começou há uma década como um jeito fácil de administrar sites para as startups se transformou em uma forma cada vez mais popular de que empresas de todos os tamanhos acessem o software necessário para tocar suas operações. Muitas grandes companhias de tecnologia estão em posição confortável para oferecer esse tipo de serviço porque já possuem enormes centros de dados para respaldar seus próprios serviços web.
‘Forças revolucionárias’
Mais de US$ 1 trilhão em investimentos em TI serão direta ou indiretamente afetados pela mudança para a nuvem durante os próximos cinco anos, estimou a Gartner em julho. “Isso transformará a computação na nuvem em uma das forças mais revolucionárias de investimento em TI desde os primeiros dias da era digital”, afirmou a empresa de pesquisa na ocasião.
Os preços das ações refletem esse otimismo. As ações da Microsoft e da Alphabet atingiram um recorde nesta semana e os papéis da Intel recentemente ficaram perto da alta histórica alcançada em outubro. No início das negociações desta sexta-feira, a Microsoft subia 1,6 por cento, o Google caía 1,1 por cento e a Intel avançava menos de 1 por cento.
O CEO da Microsoft, Satya Nadella, vem trabalhando para reposicionar a empresa em torno desses serviços de internet. Além da demanda robusta pelo Azure, consumidores e corporações continuam adquirindo o Office 365, uma versão baseada na nuvem do software de produtividade da companhia que inclui o Word e o Excel. Quase 25 milhões de consumidores atualmente estão inscritos no Office 365, informou a Microsoft, e as vendas aumentaram 47 por cento no segundo trimestre fiscal.
“Enquanto a nuvem estiver crescendo, as pessoas ficarão felizes”, disse Mark Moerdler, analista da Sanford C. Bernstein & Co., que classifica as ações da Microsoft como desempenho acima da média do mercado. “Se as margens estiverem crescendo, as pessoas ficarão mais felizes ainda.”
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