Chevron, BP retomam investimentos com US$ 45 bi em projetos

Por Rakteem Katakey.

Dois projetos avaliados em US$ 45 bilhões anunciados neste mês mostram que as maiores petroleiras do mundo estão reconquistando a confiança para fazer grandes investimentos, impulsionadas pelo aumento dos preços do petróleo e pelos baixos custos, que prometem gerar mais expansão no futuro.

A Chevron deu sinal verde a uma expansão de US$ 37 bilhões no Cazaquistão, maior empreendimento do setor desde que o petróleo começou a despencar, dois anos atrás. A BP assinou acordo para a expansão de US$ 8 bilhões de uma planta de gás natural liquefeito na Indonésia. Mais dois grandes projetos provavelmente receberão aprovação neste ano, segundo a consultoria do setor Wood Mackenzie e a Jefferies International — o Mad Dog Phase 2, da BP, no Golfo do México, e o empreendimento de gás natural liquefeito Coral, da Eni, na costa de Moçambique.

A recuperação do petróleo em relação ao menor valor em 12 anos e o declínio das despesas dos projetos encorajaram os executivos a retomarem os gastos após um corte de mais de US$ 1 trilhão nos investimentos planejados em meio à queda dos lucros. Proteger o balanço é importante, mas as petroleiras precisam pelo menos iniciar uma nova fase de investimentos em exploração e produção para assegurar o crescimento futuro.

“Observamos uma alta recente, o que demonstra que os projetos considerados estrategicamente importantes ainda estão avançando”, disse Angus Rodger, analista principal para pesquisa de upstream da Wood Mackenzie em Cingapura. Ele estima cerca de 10 decisões sobre projetos de médio e grande porte neste ano, contra menos de 10 no ano passado. O total ainda ficaria bastante abaixo da média anual de 40, registrada antes do colapso do petróleo.

A queda nos preços atingiu fortemente os lucros, mas também derrubou os custos dos serviços e dos equipamentos, incluindo sondas. As empresas de perfuração renegociaram contratos para conseguir melhores negócios com os fornecedores porque a demanda reduzida cria um mercado para compradores.

A BP eliminou mais da metade do custo de seu projeto Mad Dog Phase 2. Estimado em US$ 20 bilhões há quatro anos, agora ele deverá custar menos de US$ 9 bilhões, disse o CEO Bob Dudley no mês passado. As taxas de aluguel de sondas provavelmente continuarão baixas devido a um excesso de oferta, enquanto os baixos preços do aço estão reduzindo o custo de outros equipamentos, disse ele.

A Chevron e suas parceiras, incluindo a Exxon Mobil, aprovaram a expansão do projeto Tengiz, no Cazaquistão, após o adiamento da decisão no ano passado devido à queda dos preços do petróleo. Assim como a BP, a Chevron estima ter conseguido reduzir os custos o suficiente para tornar o investimento viável. A produção deverá começar em 2022.

As decisões de investimento da Chevron e da BP “são um sinal de que as empresas estão mais confiantes em sua capacidade de pagar dividendos”, disse Jason Gammel, analista da Jefferies em Londres. “Elas estão mostrando mais confiança” nos fluxos de caixa, concluiu.

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