Por Isis Almeida.
A China, que retomou as compras de soja dos EUA nesta semana após o alívio das tensões comerciais, agora busca comprar a oleaginosa a preços mais baixos, segundo traders envolvidos no processo.
Na sexta-feira, os compradores da China, maior importadora de soja do mundo, apresentaram propostas pela oferta dos EUA a preços mais baixos que os de quando as aquisições foram concluídas, no início da semana passada, disseram os traders, que pediram para não serem identificados porque as negociações são privadas. Os traders disseram que ainda não receberam propostas do país asiático pelo milho dos EUA.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, definiram uma trégua de 90 dias para a guerra comercial no início do mês. Isso ajudou a recolocar a China no mercado agrícola dos EUA, com compras de mais de 1 milhão de toneladas de soja nesta semana. Ao pressionar por preços mais baixos, o país pode gerar preocupações no mercado em relação a quantas compras a China está prestes a realizar.
Os traders agora aguardam propostas pelo milho após especulações de que as autoridades chinesas se preparavam para retomar as compras da oferta americana em janeiro.
“O milho agora está entrando na discussão”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da INTL FCStone. “Com base nas relações atuais de preço, a importação de milho fará sentido para a China, do ponto de vista econômico, quando as tarifas retaliatórias forem removidas.”
Compras de soja
As aquisições de soja americana foram realizadas por compradores estatais. A maior cooperativa de produtores dos EUA, a CHS, estava entre as vendedoras, disseram pessoas informadas sobre o assunto. A Bunge também manteve algumas discussões com compradores chineses, mas ainda não fechou nenhum acordo, disseram as pessoas.
CHS e Bunge preferiram não comentar.
A reação às compras chinesas tem sido tímida nos mercados futuros de Chicago. O milho sofreu poucas alterações nesta semana e a soja caiu pelo fato de os estoques continuarem elevados.
Os traders começam a “perceber que não venderemos o suficiente da oleaginosa para a China para corrigir seu balanço inchado considerando que há uma enorme safra sul-americana prestes a chegar ao mercado e que a peste suína africana reduziu a demanda” por ração animal na China, disse Suderman.
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