Como a prisão de André Esteves afetou BTG Pactual em 5 gráficos

Por Ney Hayashi e Denyse Godoy, a colaboração de Blake Schmidt, Cristiane Lucchesi e Dan Reichl.

A derrocada do Grupo BTG Pactual tem sido implacável desde a prisão do então CEO da empresa, André Esteves, na semana passada.

As ações do banco de investimento brasileiro caíram em cada um dos cinco dias de negociação desde que o bilionário foi preso, registrando um declínio total de 34 por cento até o nível mais baixo desde a oferta pública inicial do BTG, em 2012. Apesar de os bonds terem dado um respiro na semana passada com o fechamento do mercado nos EUA para o feriado de Ação de Graças, desde então os prejuízos foram retomados, atingindo-se novas baixas.

Abaixo há cinco gráficos que mostram a drástica movimentação dos títulos ligados à empresa, assim como o impacto sobre seus fundos de renda fixa e sobre a fortuna pessoal de Esteves. Um assessor de imprensa do BTG preferiu não comentar. Esteves renunciou aos seus cargos de liderança na empresa no domingo e, por meio de advogados, negou as irregularidades apontadas em uma investigação de corrupção.

Os yields das notas de referência do banco para 2020 praticamente dobraram no dia em que Esteves foi preso e continuaram subindo nesta semana. Fecharam acima de 15 por cento na terça-feira.
 

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As ações também continuaram caindo. Os cinco dias de queda do BTG podem ser comparados com o declínio de 9,3 por cento do índice MSCI Brazil/Financials.

“Essa forte reação do mercado ligada às últimas notícias sinaliza que o caminho para a sobrevivência do banco é fatiar sua operação”, disse Adeodato Volpi Netto, chefe de mercados de capitais da empresa de pesquisa de ações Eleven Financial. “Mas vender alguns ativos agora para captar R$ 2 bilhões não resolverá o problema, considerando o volume de recursos que os clientes já tiraram do banco. É o equivalente a colocar um band-aid em uma fratura”
 

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A queda nas ações se estendeu às empresas nas quais o BTG possui participação. A rede de farmácias Brasil Pharma, o banco de varejo Banco Pan e a administradora de imóveis BR Properties caíram pelo menos 6,9 por cento nos últimos cinco dias.
 

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O patrimônio de alguns fundos de renda fixa do banco caíram depois que os clientes sacaram dinheiro. Os dados mais recentes disponíveis mostram uma saída de R$ 5,1 bilhões ao longo dos três dias posteriores à prisão de Esteves — cerca de 40 por cento dos ativos líquidos combinados dos 10 fundos de renda fixa listados no site do banco.
 

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A queda provocou reflexos no patrimônio líquido de Esteves, que é basicamente derivado de sua participação controladora no BTG.
 

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