Compra do HSBC pelo Bradesco resgata setor de M&A e solidifica a liderança de Rothschild

Por James Crombie.

A compra do HSBC Brasil pelo banco Bradesco, avaliada em 5,2 bilhões de dólares, ajudou a recuperar o volume regional de fusões e aquisições (M&A), que está registrando queda de 44% neste ano. Além disso, também solidificou a liderança de consultoria regional da Rothschild, que aconselhou o Bradesco no negócio.
 

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Bradesco vai adicionar cerca de 850 agências com a aquisição, que foi avaliada, inicialmente, em 4 bilhões de dólares. O preço de compra, que avaliou a unidade em cerca de 1,8 vez o valor tangível contábil, foi “muito maior que a expectativa de mercado”, disseram os analistas de Sanford C. Bernstein, liderados por Chirantan Barua.

Bradesco afirmou que vai ter 16% de todos os ativos do Brasil, atrás apenas do Banco do Brasil, que possui 19,2%, e do Itaú, que tem uma fatia de 16,2%. O acordo, que ainda precisa ser aprovado pelas agências de regulamentação do mercado, também transforma o Bradesco no principal gestor de ativos fora do governo, ultrapassando o Itaú.

A venda do HSBC impulsionou o volume de M&A, na comparação ano a ano, para 61,3 bilhões de dólares, queda de 44% ante 2014. Na divisão por país, a maior contração em volume no setor foi registrada no México (queda de 65%), Chile (-56%) e Brasil (-42%).
 

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O Bradesco foi aconselhado sobre a aquisição por sua unidade de investimento, assim como pelo JPMorgan e Rothschild. O último aumentou sua participação no mercado de M&A para 23%, ante os 16% que tinha antes do acordo. O valor de 14,1 bilhões de dólares de seis acordos de M&A consolidou a liderança da Rothschild em consultoria na América Latina, que inclui a compra da Souza Cruz pela British American Tobacco e da Nextel pela AT&T no México.

A Rothschild terminou o ano de 2014 em sexto lugar no ranking de M&A, uma posição a mais do 17º lugar registrado em 2013, conforme mostram dados da Bloomberg. Na segunda posição neste ano está o JPMorgan, que também trabalhou no acordo da AT&T.

O líder do ano passado de M&A na região latino-americana, Goldman Sachs, caiu para a terceira posição, com participação de 12,5%.

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