‘Cruz dourada’ nas bolsas emergentes pode sinalizar perigo

Por Srinivasan Sivabalan.

 Às vezes os investidores precisam interpretar o otimismo como sinal de pessimismo. As ações de mercados emergentes podem estar chegando neste ponto.

Pela primeira vez desde agosto de 2015, a média móvel em 100 semanas do MSCI Emerging Markets Index tenta superar a média de 200 semanas. A chamada cruz dourada costuma ser considerada sinal de ganhos adicionais.

No entanto, na última década, o fenômeno foi precursor de perdas e não de valorização das ações de empresas de países em desenvolvimento. Quando essas duas linhas entraram no mesmo padrão, em março de 2011, o índice desabou 22 por cento nos sete meses seguintes.

O cruzamento em maio de 2015 precedeu um tombo de 32 por cento nos oito meses seguintes.

Isso sugere que uma cruz dourada indica pico do mercado e não confirmação de uma valorização em curso. Afinal, médias móveis são indicadores passados: elas seguem tendências, não saem à frente delas. E dados semanais são mais atrasados do que dados diários.

Se uma cruz dourada se formar agora, pode ocorrer uma correção em breve. Porém, o panorama mais amplo para as ações continua forte, como tem ocorrido há dois anos. As estimativas médias dos analistas para os lucros das componentes do indicador subiram por 13 meses consecutivos e atingiram o maior nível desde outubro de 2014, marcando a sequência mais longa de ajustes positivos em quase oito anos.

Vale lembrar que demos alertas similares sobre uma potencial correção das bolsas de mercados emergentes ao longo do último ano, que não se concretizaram.

Outra ressalva é que, em 2004, a mesma cruz dourada antecedeu um ganho de 180 por cento mas bolsas emergentes até novembro de 2007.

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