Por Jesse Riseborough.
A decisão de segunda-feira da Vale SA do Brasil de diminuir uma parte da sua produção de minério de ferro reacendeu o debate sobre a responsabilidade dos produtores de ajudar a conter uma queda de preços que está corroendo os lucros das maiores companhias mineradoras do mundo.
A decisão também levantou dúvidas sobre se as duas maiores rivais da Vale, a Rio Tinto Group e a BHP Billiton Ltd., vão seguir o mesmo caminho para tentar manter o preço do minério de ferro, que caiu quase pela metade nos últimos doze meses.
Nos últimos 24 meses, o mercado do minério de ferro tem gerado um caloroso debate sobre se os maiores players do setor têm um papel a cumprir na luta para deter a queda dos preços.
Até segunda-feira, os maiores exportadores não tinham diminuído a produção, mantendo firmemente seus planos de expansão agressiva diante de um mercado chinês de aço inesperadamente fraco.
Mas agora a Vale mostrou a primeira fissura na posição do triunvirato do minério de ferro que domina o mercado há décadas. Sem se comprometer a reduzir sua meta de produção de 340 milhões de toneladas deste ano, a maior do setor, a Vale confirmou na segunda-feira que iria avançar com um plano de abril de reduzir a produção do minério de menor qualidade.
Isso foi suficiente para elevar as ações da empresa em 6,6 por cento, a maior alta em um mês, porque o executivo Peter Poppinga disse que o preço tinha atingido um valor mínimo e estava perto de uma recuperação.
Mas ele não conseguiu convencer os analistas. O Morgan Stanley diz que a medida da Vale não vai aumentar os preços no curto prazo. O Barclays Plc diz que eles estão preocupados com o fato de que a maior parte da nova oferta deste ano, as 98 milhões de toneladas, será produzida no segundo semestre.
No entanto, eles disseram que é possível que a reação positiva do mercado à medida da Vale leve a Rio e a BHP a tomarem medidas parecidas.
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