Por Marvin G. Perez.
A redução da safra cítrica no Brasil e na Flórida está elevando os preços do suco de laranja.
Os futuros do suco de laranja atingiram a maior alta em quatro anos na quinta-feira em Nova York. A safra 2016-2017 da fruta no Brasil cairá 14 por cento em relação ao ano anterior e a Flórida terá a menor colheita desde 1964, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.
A doença chamada greening afetou as plantações nas duas regiões de cultivo, maiores produtoras de suco de laranja do mundo. O clima adverso ampliou os problemas da safra e a valorização recente da moeda brasileira desmotivou a busca dos produtores pela venda ao exterior. Apesar da demanda pelo suco ter diminuído, os problemas de oferta indicam que os estoques, tanto dos EUA quanto do mundo, estão em queda.
O suco de laranja para entrega em setembro subiu 1,5 por cento e fechou a US$ 1,772 a libra-peso na quinta-feira na ICE Futures U.S., em Nova York. Antes os preços chegaram a US$ 1,80, nível mais elevado desde março de 2012. A commodity subiu 20 por cento neste trimestre, terceiro ganho seguido.
Ameaças de tempestades
Como os estoques continuam baixos, a ameaça de tempestades na Flórida durante a temporada de furacões do Atlântico, que vai até novembro, manterá a base dos preços nos próximos meses, disse Judy Ganes-Chase, presidente da J. Ganes Consulting, da Cidade do Panamá, Panamá, por e-mail.
O greening faz a fruta murchar e cair prematuramente. Os consumidores brasileiros estão pagando até 29 por cento a mais por caixa de laranja do que um índice de referência calculado pela Universidade de São Paulo para garantir a oferta, disse Maurício Lemos Mendes, sócio da consultoria Agriplanning, de São Paulo, na quarta-feira.
Nos EUA, os preços do varejo para o concentrado de suco de laranja congelado estão no nível mais elevado registrado desde 1980.
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