Dois ministros renunciados para um orçamento aprovado

Por Andre Soliani.

O presidente interino Michel Temer se animou com a sua primeira vitória no Congresso em 25 de maio, quando o Congresso aprovou sua nova meta fiscal com um déficit orçamentário de 170,5 bilhões de reais antes de pagamentos de juros este ano. Esta despesa é um movimento que será acolhido pelos congressistas em ano de eleição, disse André César,analista político da Hold Assessoria Legislativa. “O problema é ultrapassar cortes de gastos, mudanças na previdência, e passar teto de gastos públicos”, disse ele.

A vitória veio dois dias depois de dois grandes baques políticos: a saída do ministro do Planejamento, Romero Jucá sob alegações de tentativa de obstruir a operação Lava Jato. Ela foi seguida pela renúncia do Ministro da Transparência, Fiscalização e Controle Fabiano Silveira em 30 de maio, após a publicação pela imprensa de de uma conversa na qual criticava a operação. O envolvimento dos aliados de Temer em escândalos de corrupção enfraquece a capacidade de aplicar medidas impopulares, de acordo com César.

Agora são apenas sete: saída de Jucá é o primeiro grande golpe na política de Temer

Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda
Ex-presidente do Banco Central, ex-chefe do banco FleetBoston, analista sênior da KKR, chairman da J&F Investimentos. Nome de credibilidade econômica do novo governo.
Função: Recuperar a confiança dos investidores, reduzir gastos e impulsionar o crescimento econômico

 
Eliseu Padilha, Casa Civil
Amigo próximo de Temer, ex-chefe do Ministério da Aviação Civil, membro do PMDB.
Função: Coordenação entre os ministérios
 
Alexandre de Moraes, Ministro da Justiça
Mandato ampliado para incluir os direitos humanos, mulheres e direitos sociais. Ex-secretário de Segurança do estado de São Paulo.
Função: Supervisionar a polícia federal liderando investigações da Lava-Jato.
 
Ilan Goldfajn, Presidente do Banco Central
Ex-economista chefe do banco Itaú, ex-diretor do Banco Central, também trabalhou no Banco Mundial, FMI e Gavea.
Função: Segurar a inflação, restaurar a credibilidade do Banco Central.
 
Moreira Franco, Secretário-Executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)
Ex-ministros de Assuntos Estratégicos, membro do PMDB.
Função: redefinir regras para concessões públicas para atrair investimento privado, elevar crescimento econômico.
 
Geddel Vieira Lima, Secretaria do Governo
Ex-ministro da Integração Nacional do presidente Lula, vice-presidente da Caixa no governo Rousseff, membro do PMDB.
Função: Ligação com o Congresso.
 
José Serra, Ministério das Relações Exteriores
Candidato à presidência em 2010 pelo PSDB, partido que fez oposição ao governo Lula e Rousseff.
Função: Abrir o mercado para exportação, assegurar que o PSDB não fará oposição ao governo Temer.

Agende uma demo.