Por Aline Oyamada.
David Kohl, que acertou na sua previsão de dólar forte e fraqueza do real no terceiro trimestre, está dizendo agora que a desvalorização da moeda brasileira chegou ao fim.
O diretor de estratégia cambial do Julius Baer Group, com sede em Zurique, vê o dólar estável em R$ 4,1 em três meses e em R$ 4,15 em 12 meses. Um ambiente externo benigno e um cenário doméstico mais sólido devem compensar a queda nas taxas de juros domésticas que reduziram os ganhos de carry tarde e contribuíram para a desvalorização do real em 7,4% em 3 meses até setembro. Foi dele a estimativa mais certeira para o real no terceiro trimestre, de acordo com o ranking da Bloomberg.
Desde 30 de junho, o real tem tido um desempenho inferior a todos os pares de mercados emergentes com exceção do peso argentino, o que significa que não está mais supervalorizado, disse Kohl. Além disso, o Banco Central não vair cortar a Selic mais do que uma ou duas vezes, deixando um diferencial atraente para carry trade em relação aos mercados desenvolvidos.
“Há menos cortes à nossa frente do que atrás”, disse Kohl, acrescentando que a perspectiva de taxas de juros mais baixas foi a principal razão para que eles fossem pessimistas em relação ao real antes do terceiro trimestre. “As chances de uma moeda mais forte agora são muito melhores.”
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Kohl disse que os investidores provavelmente vão focar no carry trade nos próximos meses, à medida que a liquidez do dólar melhorar com o esperado corte de juros pelo Fed novamente em outubro e que o acordo comercial entre os EUA e a China aumentar o apetite por ativos de risco.
O estrategista não está preocupado com o ritmo do crescimento econômico como driver para o câmbio e diz que a perspectiva é “sólida” o suficiente. Na verdade, segundo ele, o importante para a moeda brasileira é que a recessão tenha terminado.
“Não há grandes desequilíbrios para o Brasil”, disse Kohl. “E é por isso que estamos bastante confortáveis com a moeda”.