Por Shruti Date Singh.
A CHS, maior cooperativa agrícola dos EUA, continuará fazendo negócios no Brasil apesar de ter registrado prejuízo no terceiro trimestre fiscal após assumir uma perda relacionada ao processo de recuperação judicial de um parceiro comercial no País.
“É uma parte importante do nosso negócio”, disse o CEO Jay Debertin, em entrevista por telefone, na segunda-feira.
A CHS, cujas raízes remontam à Grande Depressão, afirmou na sexta-feira que teve um prejuízo líquido de US$ 45,2 milhões no terceiro trimestre fiscal após uma cobrança de US$ 229,4 milhões relacionada a seu parceiro brasileiro no trading de grãos.
O prejuízo se somou aos vários meses de dificuldades da cooperativa com sede em Inver Grove Heights, Minnesota. A empresa afirmou em abril que estava realizando uma revisão de ativos global e em maio teve uma mudança brusca de liderança com a nomeação de Debertin como sucessor de Carl Casale no cargo de CEO. A mudança levou o ex-presidente do conselho David J. Bielenberg a deixar o conselho em junho em protesto contra a decisão.
A empresa está entre as várias gigantes agrícolas que passam por dificuldades depois que os vários anos de queda dos preços das commodities corroeram os lucros.
A Archer-Daniels-Midland registrou prejuízos em sua mesa de comércio global, enquanto a Bunge registrou resultados decepcionantes em maio e despertou o interesse da Glencore para uma aquisição. A Cargill, que tem sede em Minneapolis, anunciou na semana passada a recuperação dos resultados após vender vários ativos e realizar mudanças organizacionais no período de dois anos desde que publicou um raro prejuízo trimestral.
A CHS pode ter investimentos no Brasil “que já não se encaixam” no objetivo de atender a seus proprietários agricultores e a empresa “tomará decisões baseadas em como esses ativos se encaixam estrategicamente, e também em como como esses ativos se encaixam ao seu desempenho financeiro”, disse Debertin. A CHS avaliou seus maiores ativos primeiro, porque tenta equilibrar a necessidade de escala para competir globalmente com sua responsabilidade de atender a seus proprietários agricultores, disse ele.
“Estamos focados em melhorar os resultados em todas as áreas do mundo”, disse Debertin. Os negócios subjacentes da CHS estão “estáveis”, disse ele.
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