O Goldman Sachs está otimista em relação às perspectivas para os metais de base, especialmente o cobre, apesar de prever que o crescimento da demanda vai desacelerar no ano que vem e que a disputa comercial entre EUA e China vai persistir.
“Continuamos otimistas em relação aos metais de base e ao ouro ao longo do ano que vem”, disseram analistas, incluindo Christian Lelong, em nota recebida nesta terça-feira. “O crescimento deve perder força em 2019 em todos os metais de base, mas a demanda está saudável por enquanto e muitos mercados de commodities apresentam backwardation” (condição em que os contratos com entrega nos meses seguintes são mais caros do que os de datas mais longas).
Apesar de terem se recuperado desde que atingiram o menor patamar em um ano, em agosto, os metais ainda acumulam baixa neste ano em um momento em que os investidores tentam determinar se o impasse comercial entre o governo dos EUA e Pequim restringirá a demanda. A crescente preocupação em relação à perspectiva econômica, incluindo alertas do Fundo Monetário Internacional a respeito de uma expansão mais lenta, também tem afetado os preços.
“A demanda por metais continua saudável e o ciclo comercial ainda não chegou à etapa final, mas as preocupações com a perspectiva econômica se intensificaram nos últimos meses”, disseram os analistas, citando o dólar mais forte, as condições financeiras mais estritas e a “piora da disputa comercial entre China e EUA”. O banco acrescentou: “consideramos que essas preocupações são exageradas”.
O cobre foi destacado por seu potencial de ganho. O metal usado em canos e fios pode subir para US$ 7.000 a tonelada até o fim do ano que vem se houver uma melhora do ambiente macro, disseram os analistas. O último preço do cobre para três meses foi de US$ 6.194 na Bolsa de Metais de Londres.
O banco endossou também o níquel. A previsão é que o metal usado na produção de aço inoxidável e de baterias para veículos elétricos suba para uma média de US$ 17.250 a tonelada no ano que vem e se mantenha nesse patamar em 2020, segundo o relatório. O último preço foi de US$ 12.415 e o valor médio do metal neste ano é de US$ 13.664.
O banco mostrou menos otimismo em relação aos materiais a granel. O mercado de carvão metalúrgico parece bem abastecido em 2019 e a desaceleração da atividade de construção na China deverá limitar a demanda por minério de ferro, informou. A alta no mercado de carvão térmico de alta qualidade foi descrita como não sustentável.
EUA e China aplicaram uma série de tarifas retaliatórias entre si neste ano, o que prejudica as commodities, e o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor ainda mais taxas para corrigir uma relação que considera injusta. Washington não deveria supor que as tarifas poderão induzir a China a desistir, advertiu o ministro do Comércio chinês, Zhong Shan, neste mês.
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