Indecisos poderiam definir novo presidente da França

Por Carol Matlack.

Faltando apenas alguns dias para o primeiro turno da eleição, quase um terço dos eleitores franceses ainda não decidiu em qual candidato irá votar – e nem mesmo se irá votar.

A indecisão dos eleitores “é enorme”, disse Gaël Sliman, chefe do grupo de pesquisa Odoxa.

Em uma eleição que está se tornando uma das mais imprevisíveis da história recente da França, os eleitores indecisos e o não comparecimento podem ser decisivos em uma campanha cujos quatro principais candidatos estão agrupados a poucos pontos um do outro. Como, segundo as pesquisas, cada candidato tem cerca de 20 por cento das intenções de voto no primeiro turno, em 23 de abril, os dois que irão para o segundo turno poderiam ser definidos por pessoas que ainda não se decidiram.

Uma pesquisa da Odoxa para a France Info, publicada em 14 de abril, estima a taxa de indecisos em 32 por cento. A porcentagem de eleitores que dizem ter certeza de em quem vão votar é a mais baixa desde 2002, quando a Frente Nacional, de extrema-direita, deu uma surpresa no primeiro turno da eleição presidencial, disse Emmanuel Rivière, pesquisador da Kantar Sofres, em 12 de abril, por Twitter.

“A indecisão continua alta, como em 2002”, disse ele.

Para aumentar a incerteza, apenas 66 por cento dos eleitores têm uma relativa certeza de que vão votar, segundo uma pesquisa publicada em 14 de abril pela Ipsos Sopra-Steria para o jornal Le Monde. Essa é uma proporção muito inferior à participação de 79,5 por cento do primeiro turno da eleição presidencial de 2012.

Posições

Uma pesquisa da OpinionWay, publicada na segunda-feira, mostrou Marine Le Pen, da Frente Nacional, de extrema-direita, e o centrista Emmanuel Macron empatados com 22 por cento cada um, seguidos pelo republicano de centro-direita François Fillon, com 21 por cento, e pelo candidato apoiado pelos comunistas, Jean-Luc Mélenchon, com 18 por cento. A pesquisa mostra que tanto Macron como Fillon derrotariam facilmente Le Pen no segundo turno, em 7 de maio.

O apoio a Mélenchon parece particularmente fraco. Embora ele tenha crescido rapidamente nas pesquisas após boas atuações nos últimos debates, a pesquisa da Odoxa mostrou que 34 por cento dos eleitores que o mencionaram como primeira opção disseram que ainda poderiam mudar de opinião. O número comparável para Macron foi de 23 por cento, enquanto que 20 por cento dos prováveis eleitores de Fillon e 13 por cento de Le Pen disseram que poderiam mudar de ideia.

Muitos eleitores que votaram no presidente François Hollande em 2012 “estão decepcionados com o desempenho do governo e resolveram ficar em casa”, disse Douglas Webber, professor de Ciência Política da escola de administração Insead, em Fontainebleau, na França.

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