Por Charlie Devereux.
Os preços elevados dos bens de consumo são uma das manifestações mais visíveis das políticas econômicas distorcidas que prevaleceram na Argentina durante décadas. Mas um economista acredita ter encontrado os primeiros sinais de que as reformas implementadas pelo presidente Mauricio Macri para abrir a economia do país podem estar começando a funcionar.
Federico Muñoz vem monitorando os preços da Falabella, uma gigantesca rede de varejo do Chile com lojas espalhadas pela América Latina. Muñoz descobriu que os preços de 11 produtos na Falabella da Argentina, desde aparelhos eletrônicos até roupas e cosméticos, estavam 81 por cento mais altos que o preço médio dos mesmos itens no Chile, na Colômbia e no Peru. Mas houve uma queda de 27 pontos percentuais em relação a quando ele mediu os preços em agosto passado.
A redução da diferença entre os preços pode refletir os custos menores dos empréstimos depois que Macri recuperou o acesso da Argentina aos mercados de capitais internacionais, além da inflação menor e da fluidez maior das importações, disse Muñoz. Além disso, parte da redução também pode ser atribuída à apreciação nominal das moedas do Chile, da Colômbia e do Peru, disse ele.
“Estamos começando a ver a materialização da normalização da economia no governo Macri”, disse Muñoz, que é diretor da Federico Muñoz & Asociados, empresa com sede em Buenos Aires.
A Argentina tem um longo caminho a percorrer e ainda é uma economia dominada por barreiras comerciais. O governo está fazendo uma experiência com o segmento de montagem de computadores cancelando a tarifa de 35 por cento aplicada à importação de laptops. Se a medida for bem-sucedida e não gerar grandes perdas de empregos, Macri tentará replicá-la em outros setores.
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