Intervenção irregular no Brasil dificulta o mercado de câmbio para traders

Por Davison Santana.

A estratégia do Banco Central brasileiro de intervenção no mercado de câmbio se tornou menos previsível desde quando Ilan Goldfajn assumiu o comando no mês passado. Isso pode tornar as movimentações diárias mais incertas e a lucratividade para posições de curto prazo mais dificeis.

Depois de uma semana de intervenções diárias no câmbio, o Banco Central suspendeu a venda de swaps reversos de câmbio no dia 8 de julho. Isso deixou os traders confusos sobre os motivos dos atores do mercado não comprarem dólares no mercado de futuros para temperar os ganhos do Real, que apresentou o maior rali entre as moedas de países emergentes naquela data.

Quando Goldfajn assumiu no dia 13 de junho, os swaps reversos de câmbio – o equivalente a compra de dólares no mercado de futuros – não estavam em uso há quase um mês. O Banco Central ficou ausente por outras duas semanas antes de voltar a intervir no dia 1º de julho.

Inicialmente parecia que o banco central estava tentando conter o rali do real ou evitar que a moeda fortalecesse mais que 3,20 por dólar.

Mas a interpretação inicial da meta política não se manteve, já que o Banco Central continuou a intervir de 1 a 7 de julho, mesmo com o Real tornando-se a moeda emergente de pior desempenho no período. Ele não interferiu no dia 8 de julho, quando o real estava subindo.

Goldfajn disse ao Estado no dia 8 de julho que pausou os swaps reversos de câmbio para avaliar a situação, uma declaração que não ajuda a esclarecer o que provocou as intervenções anteriores.

O presidente do Banco Central, diferentemente de seu predecessor Alexandre Tombini, está dando pouquíssimas instruções sobre o futuro da sua política cambial. Tombini estabeleceu um volume diário de swaps de câmbio para apoiar o real. Quando a moeda começou a subir, sua estratégia parecia focar em manter o Real acima de 3,50 por dólar. Desde a chegada de Goldfajn em 13 de junho o Real esteve entre 3,28 e 3,48.

Godlfajn foi nomeado na reestruturação que se seguiu ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. Os traders viram a nomeação com bons olhos, já que ele é visto como mais ortodoxo e próximo do mercado devido ao seu papel anterior como economista-chefe do Itaú. A falta de clareza na política de swaps pode ter surpreendido alguns investidores, mas não o suficiente para reduzir sua credibilidade.

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