Investidor global escolhe ouro após Brexit e pausa do Fed

Por Ranjeetha Pakiam.

As posições globais em ouro aumentaram mais de 500 toneladas desde que tocaram o piso em janeiro, sinalizando a crescente preocupação dos investidores em relação à desaceleração do crescimento, à provável pausa do Federal Reserve e aos distúrbios causados pela decisão do Reino Unido, em referendo, de deixar a União Europeia.

Os ativos em fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados pelo ouro subiram 6,6 toneladas na sexta-feira, para 1.959,1 toneladas, contra 1.458,1 toneladas em 6 de janeiro, segundo dados compilados pela Bloomberg. A posse de ouro subiu em 37 toneladas na semana passada com a reação dos investidores ao referendo britânico e aumentou em cinco dos seis meses do primeiro semestre.

Os preços dos lingotes atingiram o maior nível em mais de dois anos em junho porque os investidores absorveram as implicações do resultado britânico, ampliando um rali que tem sido impulsionado pela hesitação do Fed em elevar os juros e pela propagação dos juros negativos na Europa e no Japão. Bancos como o Goldman Sachs elevaram suas projeções para o ouro após o referendo, enquanto os yields sobre os títulos do Tesouro dos EUA de 10 e 30 anos atingiram mínimas recorde.

“O ambiente global de baixo rendimento e a volatilidade maior nos mercados financeiros como resultado de uma série de importantes acontecimentos geopolíticos aumentaram o apelo do ouro como investimento e como ativo seguro, respectivamente”, disse Vyanne Lai, economista do National Australia Bank. A redução das expectativas dos mercados em relação ao cronograma dos próximos aumentos dos juros nos EUA sugere um potencial de novas altas dos preços, disse ela.

Ouro sobe

O ouro para entrega imediata era negociado em alta de 0,7 por cento, a US$ 1.350,42 a onça, às 9h16 em Londres, aumento de 27 por cento neste ano, segundo a precificação da Bloomberg. A commodity subiu para US$ 1.358,54 em 24 de junho, nível mais alto desde março de 2014. A prata à vista também subiu.

As posições em ouro em ETFs, que atingiram o pico de 2.632,5 toneladas em 2012 quando os bancos centrais ampliaram os estímulos para impulsionar o crescimento após a crise financeira global, agora se recuperaram e atingiram o maior patamar desde agosto de 2013. Os ETFs são negociados como as ações e permitem que os investidores comprem e vendam lingotes sem receber a entrega física.

O Goldman elevou suas metas de três, seis e 12 meses em US$ 100 a onça no mês passado, citando uma opção dos investidores pela segurança, enquanto o Oversea-Chinese Banking, que tem sede em Cingapura, sinalizou o potencial do lingote chegar a US$ 1.400. O ouro provavelmente estenderá seus ganhos porque o referendo britânico reforça o argumento da pausa do Fed, segundo o hedge fund startup Academia Capital.

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