Investidores brasileiros aumentam exposição a equity estrangeiro, mantêm hedge contra a inflação

Por Gaspard Monnoyer, com a colaboração de Ben Eisen.

O incipiente mercado de notas estruturadas do Brasil praticamente triplicou de tamanho no último ano, impulsionado pela demanda de investidores individuais. Mudanças na base das notas mostram que os locais aumentaram a exposição a equities estrangeiros, reduzindo seu hedge contra oscilações em operações estrangeiras.
 

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O número de certificados de operações estruturadas cresceu para 5,76 bilhões de reais em maio, de 2,3 bilhões de reais um ano antes, segundo os dados mais recentes da Cetip, entidade responsável por mais de 90% dos registros do mercado local de notas estruturadas.

Os bancos emitiram 719 milhões de reais do produto no último mês, cerca de 10% mais que um ano antes.

No fim de maio, mais de 43 por cento das novas notas estruturadas estavam vinculadas ao IPC-A, índice de preços ao consumidor brasileiro. A inflação brasileira aumentou fortemente, superando os 8,5 por cento.

O aumento para 15 por cento na base de equities estrangeiros, saindo de 5 por cento, mostra que os investidores estão aumentando a exposição a ações do exterior, que tradicionalmente eram mais difíceis de se acessar.
 

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A demanda veio, principalmente, de investidores do varejo, incluindo indivíduos com alto patrimônio, segundo Carlos Ratto, diretor executivo comercial e de produtos na unidade de títulos da Cetip. Empresas e fundos de pensão também compram notas estruturadas, ele disse.

O Conselho Monetário Nacional aprovou uma resolução, em setembro de 2013, que permitiu aos bancos começar a emitir os produtos em janeiro do ano passado. Antes, eles vendiam separadamente os componentes das notas estruturadas – certificados de depósito e derivativos – o que era menos eficiente do ponto de vista da tributação e tornava as vendas mais difíceis de monitorar, disse Ratto.

Regras quanto à elegibilidade de investidores e exigências de abertura de informações até o fim do ano, segundo Ratto. Isso pode permitir que os bancos ofereçam as notas a um grupo maior de clientes, ele disse.

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