Por Todd Gillespie.
O investimento imobiliário global caiu 33% no primeiro semestre diante do impacto da pandemia de coronavírus nas economias e acordos.
A região Ásia-Pacífico sofreu o maior impacto, com queda de 45% em relação ao mesmo período do ano anterior, já que foi a primeira atingida pelo surto, segundo relatório da corretora Savills. O investimento caiu 36% nas Américas e 19% na Europa, Oriente Médio e África.
O investimento deve “permanecer bem abaixo dos níveis pré-pandemia durante o resto de 2020 enquanto investidores aguardam clareza no mercado”, disse Simon Hope, responsável por mercado global de capitais da Savills, em comunicado divulgado na segunda-feira. “No entanto, determinados setores devem ter desempenho superior à medida que investidores se concentram em ativos seguros, como logística, residencial e ciências da vida.”
A economia global foi abalada pela pandemia: o Fundo Monetário Internacional projeta retração de 4,9% neste ano. A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, disse que a perda cumulativa para a economia mundial neste ano e no próximo, como resultado da recessão, deve chegar a US$ 12,5 trilhões.
Ainda assim, a queda foi menos grave do que no início da última crise financeira no primeiro semestre de 2008, quando o investimento despencou 49% e continuou caindo até meados de 2009, disse no comunicado Sophie Chick, diretora da equipe de pesquisa mundial da Savills.
Com o setor de turismo paralisado há meses devido às quarentenas, investimentos em hotéis caíram 59% no primeiro semestre do ano, seguido por uma queda de 41% em imóveis de varejo, segundo o relatório da Savills. Imóveis industriais e residenciais tiveram melhores resultados.
Entre os poucos pontos positivos no relatório da Savills, houve aumento de 105% no investimento imobiliário residencial asiático, impulsionado pelo acordoda Blackstone para comprar um conjunto de apartamentos japoneses do Anbang Insurance por quase US$ 3 bilhões, segundo o relatório.