Por Nick Turner e Craig Giammona.
A Kraft Heinz escolheu David Knopf, de 29 anos, um ex-executivo bancário do Goldman Sachs, para o cargo de diretor financeiro como parte de uma reformulação destinada a reanimar o crescimento dessa gigantesca empresa de alimentos embalados.
As mudanças também incluem a transferência do atual diretor financeiro, Paulo Basílio, para o cargo de presidente regional de operações dos EUA com a tarefa de reparar a desafiadora atividade doméstica, responsável por cerca de 70 por cento das vendas da companhia. Basílio, 42, substituirá George Zoghbi, um veterano da Kraft, mas o executivo permanecerá na empresa como conselheiro estratégico.
A Kraft Heinz não registra crescimento das vendas desde a criação da empresa por meio da fusão de 2015 orquestrada pela firma de private equity 3G Capital e pela Berkshire Hathaway de Warren Buffett. A companhia é afetada pela desaceleração que atinge todo o setor: as maiores empresas de alimentos dos EUA perderam quase US$ 16 bilhões em vendas nos últimos três anos em meio a amplas mudanças no estilo de alimentação e compra dos consumidores.
Knopf ingressou na Kraft Heinz em julho de 2015 em conexão com a fusão e assumiu diversas funções, incluindo as de vice-presidente de finanças e de chefe de planejamento orçamentário global. Além das passagens pelo Goldman Sachs e pela Onex Partners, ele também trabalhou anteriormente na 3G, que continua administrando a Kraft Heinz.
A firma de private equity muitas vezes promove jovens executivos a cargos de chefia — postura adotada em seus outros negócios. A Restaurant Brands International, que também é apoiada pela 3G, é administrada por Daniel Schwartz, de 37 anos. Ele tinha apenas 32 anos quando se tornou CEO do Burger King, que posteriormente se combinou com a Tim Hortons para criar a Restaurant Brands. O diretor financeiro da rede de restaurantes, Josh Kobza, ainda estava na casa dos 20 anos quando foi promovido a diretor.
Corte de custos
A Kraft Heinz, mais conhecida por reduzir custos do que por cultivar marcas, tem buscado atualizar sua linha para atender às mudanças de preferências, adicionando a marca orgânica Capri Sun e removendo ingredientes artificiais dos cachorros-quentes Oscar Mayer. Mas o crescimento tem sido difícil de alcançar.
Para continuar se expandindo, a Kraft Heinz tentou adquirir a Unilever no início do ano por US$ 143 bilhões. Mas a oferta foi rejeitada, em parte devido à preocupação com um choque cultural entre o foco de sustentabilidade da Unilever e o esforço de redução de custos da 3G.
Buffett, que continua sendo o maior investidor da Kraft Heinz, jogou água fria na ideia de reapresentar uma oferta pela Unilever — ou de elaborar uma oferta por uma empresa de alimentos norte-americana como a Mondelez International. Ele afirmou à CNBC no mês passado que a aquisição de um grupo maior de marcas, por si só, não faria um acordo valer a pena.
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