Maiores desafios deste século são protagonizados por duendes

Por Tom Randall.

Minha filha me perseguiu durante dias para que eu mandasse pelo correio a lista de presentes de Natal dela para Papai Noel, mas eu acabava adiando isso. Então, nesta semana, ela mudou de opinião e me disse que estava bem que nós esperássemos até a última hora, porque “a maioria dos brinquedos é feita por máquinas, e os duendes só têm que ligá-las”.

Parece que até mesmo uma criança de cinco anos entende como a fabricação moderna mudou, e a compreensão dela me fez pensar sobre o futuro dos empregos dos duendes. Graças aos avanços da automação e do aprendizado de máquinas, a tecnologia dos duendes está ficando muito boa. Engenheiros estão concentrando esforços em criar “a máquina que construa a máquina” e prometem cuspir brinquedos tão rapidamente quanto uma máquina de bolhas cuspe bolhas. Mas onde isso deixará duendes que passaram gerações martelando brinquedos na oficina?

Os empregos de fabricação no Polo Norte caíram para os níveis mais baixos em 70 anos apesar de a produção de brinquedos ter beirado ou atingido recordes. O problema não é a terceirização – é a automação, que responde por cerca de 88 por cento dessas perdas entre 2000 e 2010, segundo um estudo feito por pesquisadores da Ball State University.

E isso só vai piorar. No futuro próximo, a automação substituirá caminhoneiros, trabalhadores do varejo e até mesmo advogados e contadores. Quase metade dos empregos de hoje estão expostos à substituição por robôs e pela inteligência artificial nas próximas duas décadas, segundo um estudo da Universidade de Oxford.

Reviravolta

A economia avança para uma explosão evolutiva à altura da revolução industrial. Essa reviravolta aumentou a qualidade de vida do mundo inteiro, mas veio acompanhada de um enorme sofrimento porque gerações de artesãos foram expulsas de suas profissões por linhas fabris mais eficientes.

A automação não é a única ameaça enfrentada pelos duendes. A mudança climática está remoldando dramaticamente o Ártico, que aquece ao dobro da velocidade da média global. Os níveis de gelo vêm recuando há décadas e hoje estão quebrando novos recordes negativos para esta época do ano. Nesta véspera de Natal, uma época normalmente gelada em que devia estar se acumulando gelo, projeta-se que as temperaturas no Polo Norte atinjam níveis incríveis entre 30 e 50 graus Fahrenheit acima do normal. Está ficando mais difícil achar imóveis para a oficina do Papai Noel.

Essas são as duas ameaças da nossa era – a transição para uma economia automatizada e a mudança climática – e os duendes lá no norte estão sentido a pior parte delas. O sonho do duende comum de trocar um bom dia de trabalho construindo brinquedos por uma vida feliz e a sensação de contribuir está em perigo.

Mas fazer com que a automação trabalhe para nós e reduzir o impacto da mudança do clima com energia limpa e carros elétricos também são nossas maiores oportunidades. Então, neste Natal, pense nos pequenos e em como podemos ajudar.

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