Maiores mineradoras querem mais cobre, mas ninguém está vendendo

Por Thomas Biesheuvel.

Esse é o maior dilema do mundo da mineração: todos procuram bons negócios no ramo do cobre, mas nem mesmo as produtoras mais endinheiradas conseguem fechar acordos.

As maiores mineradoras afirmam que estão otimistas em relação ao cobre e que buscam crescimento no metal que, segundo previsões, terá uma demanda cada vez maior devido à expansão das cidades e dos veículos elétricos. O setor está com bastante dinheiro para fechar negócios no momento – a Rio Tinto pode encerrar o ano com US$ 8,5 bilhões levantados em vendas de ativos e rivais como BHP Billiton e Glencore estão gerando lucros enormes.

Então qual é o problema? Para começar, nenhum proprietário quer abrir mão de sua mina de cobre. Mesmo quando a Glencore e a Anglo American ficaram paralisadas por dívidas durante a crise das commodities de 2015, nenhuma das duas mostrou disposição para considerar uma oferta da Rio pela participação no gigantesco depósito de Collahuasi, no Chile, de acordo com pessoas a par das negociações que pediram para não serem identificadas.

No que diz respeito a empresas de capital aberto, não há muitas opções – a Freeport-McMoRan, com sede nos EUA, e a canadense First Quantum Minerals estão entre as únicas produtoras de tamanho considerável focadas no cobre.

Mesmo assim, pode ser difícil resistir ao apelo do cobre.

Veja o que pode acontecer com as maiores mineradoras do mundo:

Rio Tinto:

A Rio é a empresa mais bem posicionada para capitalizar possíveis negócios. A empresa não sabe o que fazer com o dinheiro que está ganhando, não tem quase nenhuma dívida e, à parte a disputa latente na Mongólia, não tem nenhuma das distrações que perseguem as rivais. A Rio fechou acordo para vender sua participação na mina de cobre e ouro Grasberg por US$ 3,5 bilhões na semana passada e também deverá fechar vendas pendentes de ativos de carvão e alumínio neste ano.

BHP Billiton:

A BHP também conta com amplos recursos e está interessada em mais cobre. Mas a empresa tem preocupações mais urgentes, como a acionista ativista Elliott Management e um processo de venda em andamento de seu negócio no ramo de xisto, de US$ 10 bilhões. A maior mineradora do mundo afirmou também que os grandes negócios não são uma prioridade e o novo presidente do conselho, Ken Mackenzie, disse neste mês que a carteira de ativos estará próxima do ideal quando os ativos de petróleo e gás nos EUA tiverem sido vendidos.

Glencore:

Mineradora que mais compra no mundo, a Glencore atualmente enfrenta uma investigação das autoridades americanas que pode reduzir sua capacidade de buscar grandes negócios. A empresa investirá até US$ 1 bilhão na recompra de ações neste ano com o objetivo de mitigar as consequências da investigação.

Anglo American:

A resposta da Anglo à falta de oportunidades é construir sua própria nova mina de cobre e o conselho da empresa está prestes a aprovar um novo projeto de US$ 6 bilhões no Peru. A parceira Mitsubishi ajudará a suportar o peso do financiamento, mas devido ao valor elevado a mineradora com sede em Londres provavelmente não fará nenhuma outra grande compra.

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