Megaprojeto eólico de Oklahoma impulsiona investimento em energia limpa no terceiro trimestre

A solidez do terceiro trimestre sugere que o investimento global em energia limpa para todo o ano de 2017 pode superar ligeiramente o total de US$ 287,5 bilhões de 2016.

Londres e Nova York, 5 de outubro de 2017 – Sete projetos eólicos gigantes, cada um custando entre US$ 600 milhões e US$ 4,5 bilhões, e espalhados entre os EUA, México, Reino Unido, Alemanha, China e Austrália, ajudaram o investimento global em energia limpa a saltar 40% no terceiro trimestre de 2017, em relação ao mesmo perído do ano anterior.

Os mais recentes números oficiais do banco de dados da Bloomberg New Energy Finance, sobre negócios e projetos, mostram que o mundo investiu US$ 66,9 bilhões em energia limpa no 3º trimestre de 2017, um aumento em relação aos US$ 64,9 bilhões no segundo trimestre deste ano e US$ 47,8 bilhões no terceiro trimestre de 2016.

Os números para o trimestre de julho a setembro significam que o investimento em 2017, até agora, está 2% acima em relação ao mesmo período do ano passado, sugerindo que o total anual provavelmente terminará próximo ou um pouco acima do valor de 2016, de US$ 287,5 bilhões. No entanto, parece altamente improvável que o recorde de US$ 348,5 bilhões alcançado em 2015 seja batido este ano.

Um destaque do terceiro trimestre de 2017 foi a American Electric Power que investiu US$ 4,5 bilhões no projeto de Wind Catcher de 2GW da Invenergy, na região conhecida como Panhandle, em Oklahoma. Com conclusão prevista até 2020, o projeto terá 800 turbinas, conectadas a centros populacionais por meio de uma linha de alta tensão de 350 milhas. A AEP ainda precisa garantir algumas aprovações regulatórias, mas a construção já foi iniciada e a BNEF está tratando o projeto como financiado.

Amy Grace, chefe da pesquisa para América do Norte da BNEF, disse: “O Wind Catcher é um exemplo de um serviço público regulamentado em uma área “rica” em vento dos EUA, aproveitando os créditos fiscais federais para construir um projeto que vai produzir eletricidade abaixo do custo de suas plantas de geração de carvão e gás existentes”.

As outras operações de financiamento de ativos do trimestre foram a decisão da Dong Energy de prosseguir com o parque eólico Hornsea 2 de 1.4GW, no Mar do Norte do Reino Unido, em um valor estimado de US$ 3 bilhões até o período em que for concluído em 2022-2023 e o financiamento da Northland Power da matriz Deutsche Bucht de 252MW em águas alemãs, estimado em US$ 1,6 bilhão.

Na seguida estão dois parques eólicos chineses offshore (Guohua Dongtai e Zhoushan Putuo) que totalizaram 552MW e cerca de US$ 2,1 bilhões, o parque eólico Zuma Reynosa III no México, com 424MW e US$ 657 milhões, e o projeto eólico on-shore Coopers Gap, de 450MW, em Queensland, na Austrália, avaliado em US$ 631 milhões. O maior financiamento de projeto solar foi estimado em US$ 460 milhões para o parque fotovoltaico de 381 MW, o California Flats PV, da First Solar, nos Estados Unidos.

Ao analisar detalhadamente os índices para o 3º trimestre de 2017 por tipo de investimento, o financiamento de ativos de projetos de energia renovável em escala de serviços públicos, como os citados anteriormente, aumentou 72% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, atingindo US$ 54,3 bilhões. O investimento em projetos de pequena escala (sistemas solares de menos de 1MW) chegou a US$10,8 bilhões no último trimestre, um aumento de 9%.

As outras duas áreas de investimento que a BNEF acompanha trimestralmente são capital de risco e investimento em private equity em empresas especializadas em energia limpa, e o levantamento de capital nos mercados públicos por empresas cotadas no setor. Ambas áreas tiveram atividade moderada no terceiro trimestre.

O financiamento de VC/PE foi de apenas US$ 662 milhões no 3º trimestre, uma queda de 79% em comparação ao período equivalente muito forte no ano anterior. De julho a setembro de 2017, foi o trimestre mais fraco para este tipo de investimento desde 2005. O único negócio a alcançar a marca de três dígitos em milhões foi uma rodada de capital de expansão de private equity de US$ 109 milhões para o desenvolvedor de projetos solares da Índia, Clean Max Enviro Energy Solutions.

O investimento nos mercados públicos também foi moderado, com uma queda de 63% em relação ao ano anterior, em US$ 1,4 bilhão, o trimestre mais baixo desde o 1º trimestre de 2016. Os maiores levantamentos de capital foram da empresa chinesa Beijing Shouhang Resources Saving, para financiar a atividade de geração solar térmica (um investimento privado de US$ 675) e uma oferta pública inicial de US$ 314 milhões da Greencoat Renewables, uma empresa de investimento com sede em Dublin, visando projetos eólicos em fase de operação na Irlanda e no resto da área do Euro.

Abraham Louw, associado de economia de energia limpa na BNEF, comentou: “O fraco índice do terceiro trimestre para o investimento nos mercados públicos é irônico em vista do forte desempenho das ações de energia limpa, com o índice NEX, por exemplo, aumentando 7,5% entre o final de junho e o final de setembro, e totalizando agora um aumento de 22% desde o início de 2017”.

Analisando todas as categorias de investimentos (financiamento de ativos, projetos de pequena escala, VC/PE, mercados públicos e um ajuste para capital reinvestido), os resultados em nível nacional para o terceiro trimestre incluíram:

  • China: US$ 23,8 bilhões, um aumento de 35% em relação ao 2º trimestre de 2016, queda de 8% em relação ao 2º trimestre de 2017.
  • EUA: US$ 14,8 bilhões, um aumento de 45% ano a ano, um aumento de 8% em relação ao trimestre anterior.
  • Europa: US$ 11,6 bilhões, um aumento de 43% ano a ano, um aumento de 45% em relação ao trimestre anterior.
  • Alemanha: US$ 2,4 bilhões, queda de 5% ano a ano, queda de 26% em relação ao trimestre anterior.
  • Japão: US$ 2,2 bilhões, queda de 32% ano a ano, queda de 17% em relação ao trimestre anterior.
  • Índia: US$ 1,1 bilhão, queda de 49% ano a ano, queda de 60% em relação ao trimestre anterior.
  • Brasil: US$ 1,7 bilhão, um aumento de 32% em relação ao mesmo período do ano anterior, queda de 4% em relação ao trimestre anterior.
  • México: US$$ 2,8 bilhões, um aumento em relação a um nível quase zero no ano anterior, aumento de 84% em relação ao trimestre anterior.
  • Austrália: US$$1,8 bilhão, um aumento de 388% ano a ano, queda de 10% em relação ao trimestre anterior.
  • Turquia: US$ 796 milhões, um aumento em relação a um nível quase zero no ano anterior, e aumento de 312% em relação ao 2º trimestre de 2017.
  • França: US$ 631 milhões, um aumento de 109% ano a ano, queda de 21% em relação ao trimestre anterior.
  • Coreia do Sul: US$ 593 milhões, um aumento de 143% ano a ano e aumento de 85% no 2º trimestre de 2017.
  • Argentina: US$ 1,2 bilhão, um aumento em relação a um nível quase zero no 3º trimestre de 2016 e aumento do 151% em relação ao 2º trimestre de 2017.
  • Reino Unido: US$ 4,6 bilhões, um aumento de 57% em relação ao mesmo período do ano anterior, aumento de dez vezes trimestre a trimestre.
  • Chile: US$ 1 bilhão, um aumento de 134% ano a ano, um aumento de 306% em relação ao trimestre anterior.

O quadro a seguir mostra a tendência trimestral no investimento em energia limpa por região.

Novo investimento global em energia limpa por região, por trimestre, US$ bilhões

Fonte: Bloomberg New Energy Finance. Observação: Neste gráfico, o financiamento de ativos é ajustado para patrimônio reinvestido. Energia limpa contempla energias renováveis, excluindo grandes hidroelétricas, além de tecnologias inteligentes de energia, como eficiência energética, resposta à demanda, armazenamento de energia e veículos elétricos.

Os números anuais da BNEF, publicados em janeiro de cada ano, incluem certas categorias de investimentos que não estão nos dados trimestrais – a saber: Pesquisa e Desenvolvimento em energia limpa corporativa e governamental, financiamento de ativos de medidores inteligentes e projetos de armazenamento de energia.

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