Mulheres são maioria em bancos centrais do Sudeste Asiático

Por David Roman.

Muitos apontaram o mandato de 16 anos de Zeti Akhtar Aziz como presidente do banco central da Malásia como um triunfo da diversidade de gênero no Sudeste Asiático. Mas isso não era uma raridade.

As mulheres são singularmente bem representadas nos bancos centrais da região, mostram os últimos dados disponíveis. Elas respondem por quase dois terços da equipe gerencial nas Filipinas e por pelo menos metade na Indonésia, na Tailândia e na Malásia. As proporções contrastam com as fatias muito menores nos bancos centrais do mundo desenvolvido.

Aliás, a situação pode estar piorando em outras partes. Na última contagem, havia 12 bancos centrais liderados por mulheres, contra 19 em 2014, quando Janet Yellen assumiu como chefe do Federal Reserve nos EUA, afirma a publicação especializada Central Bank News. No Banco Central Europeu, 27 por cento dos gerentes são mulheres e o objetivo é de sejam 35 por cento até o fim de 2019. Menos de um terço dos gerentes do Reserve Bank of Australia são mulheres.

“Ter bancos centrais com uma diversidade maior poderia ajudar a trazer ao conselho diferentes perspectivas e abordagens para as políticas”, disse Wellian Wiranto, economista do Oversea-Chinese Banking Corporation em Cingapura.

Na Tailândia, o banco central atrai talento feminino há muito tempo e foi administrado por uma mulher de 2006 a 2010. As mulheres representam mais da metade dos estudantes de economia monetária da prestigiosa Universidade Chulalongkorn, em Bangkok, disse Pongsak Luangaram, que ensina a matéria nessa instituição e escreveu um livro sobre o Banco da Tailândia.

“O desempenho acadêmico [das mulheres tailandesas] é, em geral, melhor que o dos homens”, disse Luangaram, que explicou que trabalhar no banco central é considerado de status elevado na Tailândia e que os pais tendem a apoiar suas filhas quando elas planejam uma carreira na instituição.

Trata-se de um claro contraste com a Austrália, país vizinho. O presidente do RBA, Philip Lowe, lamentou recentemente a falta de mulheres estudando economia e finanças no país. O objetivo é ter 35 por cento de mulheres em cargos gerenciais até 2020.

A autoridade monetária de Cingapura não fornece o número de mulheres em cargos gerenciais, mas a instituição está bem posicionada em termos de igualdade: um pouco mais da metade de seus funcionários são mulheres.

Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.

Agende uma demo.