Por Vinícius Andrade.
A Navi Capital, uma recém-fundada gestora brasileira, está favorecendo empresas estatais e do setor financeiro em meio a apostas de que os mercados se beneficiarão à medida que o presidente eleito Jair Bolsonaroavance com planos de austeridade fiscal.
As ações brasileiras registraram a melhor performance global nos últimos meses diante de esperanças de que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, privatize dezenas de empresas estatais e aplique medidas para consertar as contas públicas do país. Guedes, que está reunindo uma equipe formada por diversos economistas formados pela Universidade de Chicago, disse que suas prioridades são controlar o déficit do sistema previdenciário, desregulamentar indústrias e cortar impostos para atrair investimentos e criar empregos.
“Ponto positivo do Bolsonaro é tese de que ele não vai se meter na vida do empresariado e isso faz muita diferença: desregulamentação, desburocratização. Estamos muito animados se ele cumprir promessa de ser mais liberal”, disse Felipe Campos, sócio da empresa, criada em julho após uma divisão da Kondor Invest. “Para a gente, é tão relevante quanto a reforma da Previdência,” disse Campos, em entrevista em São Paulo.
Atualmente, a empresa conta com 14 funcionários e supervisiona R$ 1,3 bi. Seu maior fundo, que detém cerca de metade desse montante, superou 89% de seus pares neste ano.
A Navi Capital reduziu sua exposição às exportadoras brasileiras e passou “mais tempo” olhando as empresas estatais desde o primeiro turno das eleições presidenciais no início de outubro, disse o sócio Waldir Serafim. Serafim se une ao Morgan Stanley e ao Itaú BBA na previsão de que o Ibovespa poderá atingir 100.000 pontos – 14% acima dos níveis atuais – se houver sinais positivos no front da agenda de reformas.
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