Negociadores buscam acordo do Nafta em maio, mas não será fácil

Por Eric Martin e Joshua Wingrove com a colaboração de Andrew Mayeda e Frederic Tomesco.

Os negociadores dos três países do Nafta se reunirão novamente em Washington nesta semana em busca de avanços para o acordo comercial. Não será fácil.

Várias questões controversas continuam sem solução após mais de oito meses de negociações entre EUA, México e Canadá para renegociar o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). As discussões serão retomadas nesta segunda-feira. O representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, o ministro da Economia do México, Ildefonso Guajardo, e a ministra de Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, esperam que esta seja a reta final das negociações para fechar um acordo neste mês.

Apesar de insistir que deseja garantir um acordo nas próximas semanas, Lighthizer não mostrou sinais de que aliviará propostas que Canadá e México consideram prejudiciais a seus interesses. Guajardo e Freeland, por sua vez, prometeram manter suas posições.

“Não se pode dizer para o outro lado da mesa ‘entregue tudo o que queremos e, a propósito, o tempo está passando, você tem apenas 24 horas’”, disse Carla Hills, ex-representante de Comércio dos EUA, que negociou o Nafta no governo do presidente George H. W. Bush, no início dos anos 1990. “Dessa forma simplesmente não funcionará.”

Lighthizer busca um acordo para o Nafta para cumprir os prazos para que a Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA possam debater e aprovar o tratado neste ano. Se o assunto ficar para 2019, quando assume um novo Congresso, “toda a situação para a construção do acordo mudará”, disse ele, na semana passada.

O representante dos EUA acaba de voltar de uma viagem a Pequim na qual dois dias de discussões comerciais terminaram com a concordância da China em continuar negociando, e pouco mais que isso. Os EUA pediram que a China reduzisse o apoio aos setores de alta tecnologia e ajudasse a reduzir o déficit comercial em produtos, que atingiu um recorde de US$ 375 bilhões no ano passado, segundo um documento visto pela Bloomberg.

Ameaças tarifárias

Em meio ao enfrentamento com a China, os EUA ameaçam também impor tarifas às importações de aço e alumínio do Canadá e do México a partir de 1º de junho se os países não chegarem a um novo acordo para o Nafta até lá. Além disso, Washington negocia isenções tarifárias para outros aliados, incluindo a União Europeia, como parte de sua estratégia para proteger os produtores de metais nacionais da concorrência estrangeira.

As negociações ministeriais do Nafta desta semana devem começar nesta segunda e se estender para terça e provavelmente quarta-feira, disse um alto funcionário do governo canadense informado sobre os planos, que falou sob condição de anonimato. Freeland disse no sábado que não tem data de partida estabelecida após as negociações.

As reuniões ocorrem em caráter privado, embora Freeland e Guajardo muitas vezes informem os jornalistas que esperam do lado de fora do edifício do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, em Washington.

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