NYU tenta saciar fome de Wall Street por cientistas de dados

Por Ivan Levingston e Taylor Hall.

Cientista de dados.

Este talvez seja o emprego do momento em Wall Street. E também o mais indefinido. O título não existia até uma década atrás e hoje praticamente qualquer pessoa com algum conhecimento em codificação ou dados pode afirmar ser “cientista”.

A Universidade de Nova York está entrando no jogo com a criação de um programa de doutorado em Ciência de Dados em setembro para dar forma à disciplina emergente. Este é um dos primeiros programas de doutorado do tipo no país e está baseado em mestrados da NYU e de outras escolas. O MIT está preparando um doutorado que inclui Ciência de Dados e Harvard planeja entrar no páreo com um programa de mestrado em 2018.

Devido à quase inexistência de programas de graduação, as firmas de investimento precisam peneirar candidatos para encontrar cientistas de dados qualificados de campos como Física e Matemática.

“O termo é bastante flexível e pode englobar qualquer um, desde um especialista de ponta em aprendizagem de máquinas até um profissional mais próximo de um analista de dados, encarregado de preparar e limpar dados e produzir gráficos. O termo abrange tudo o que está entre os dois extremos”, disse Matthew Granade, chefe da unidade de Ciência de Dados da Point72 Asset Management, a Aperio. “Temos um processo de entrevistas muito rigoroso para filtrar os melhores talentos para a empresa.”

Plantando a bandeira

Ao oferecer um doutorado, a NYU não está apenas preenchendo a inextinguível demanda por especialistas em dados. Está plantando uma bandeira, declarando que esta é uma disciplina separada, como Química ou História. A NYU colocou seu Centro de Ciência de Dados, que iniciou um programa de mestrado em 2013, em sua própria instalação no edifício Forbes, em Manhattan, o que ampliou sua independência.

Na comunidade acadêmica há opiniões divergentes sobre se a Ciência de Dados deve ser uma carreira própria, disse Ronald Wasserstein, diretor-executivo da Associação Americana de Estatísticas, grupo que inclui estatísticos de universidades e do governo. Embora ele veja a Ciência de Dados emergir como disciplina separada, alguns acadêmicos não mostram tanta certeza e consideram o campo um combinado de habilidades e ideias tiradas da Ciência da Computação e da Estatística, disse ele.

“Existe ou não um campo próprio? Haverá um campo próprio no futuro? Eis a questão”, disse David van Dyk, professor de estatística e diretor de matemática da Imperial College de Londres.

Os professores da NYU discutiram amplamente a questão e decidiram que a ciência de dados é suficientemente diferente da Ciência da Computação e da Estatística e merece seu próprio centro acadêmico e seu próprio espaço, disse Vasant Dhar, professor de ciência de dados que ajudou a criar o programa de doutorado. O campo, que busca descobrir conhecimento a partir de dados, é bastante interdisciplinar e incorpora de tudo, de Linguística e Psicologia a Neurologia.

“A NYU está disposta a correr riscos, ser inovadora e fazer algo pouco convencional, e isso também faz parte do DNA da universidade”, disse Dhar. “Esperamos que algumas universidades adotem programas de doutorado nesse campo.”

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