Por Cristiane Lucchesi.
A unidade holandesa da Oi não pode ser forçada a entrar em falência por causa de uma suspensão de pagamentos, afirmou um juiz de Amsterdã, negando o pedido feito pelo credor Aurelius Capital Management.
A decisão é uma vitória para a Oi, que pediu recuperação judicial em um tribunal do Rio de Janeiro em junho, com US$ 19 bilhões em dívida. No mesmo mês, a Syzygy Capital, uma unidade do Aurelius, entrou com pedido de falência em um tribunal da Holanda contra a Oi Brasil Holdings Cooperatief, um dos veículos financeiros da operadora no país, com base no não pagamento de US$ 800.000 em eurobônus, informou a Oi em comunicado ao mercado na época.
Os detentores de títulos da dívida externa disputavam posição no processo de reestruturação da companhia antes mesmo de junho. Um grupo de credores assessorado pela Moelis & Co., com apoio do bilionário egípcio Naguib Sawiris, apresentou plano em dezembro para converter R$ 24,8 bilhões em dívidas em fatia de 95 por cento do capital da companhia e injetar US$ 1,25 bilhão em novos recursos. Essa proposta favorece o comitê diretivo do grupo assessorado pela Moelis à custa dos demais, disse Corrado Varoli, CEO da G5 Evercore, que assessora o grupo rival de credores que conta com o fundo Aurelius entre seus membros.
A Elliott Management e a Cerberus Capital têm negociado em separado com a Oi para discutir outras opções de reestruturação para a companhia. A Oi informou na quarta-feira que está intensificando as discussões com os detentores de títulos, inclusive sobre a conversão de parte da dívida em ações. Os membros do conselho estão dando mais prioridade ao fechamento de um acordo com os credores que à garantia de uma injeção de capital, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
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