Osram aposta em tecnologia de escâner de íris para crescer

Por Oliver Sachgau.

Em 1972, engenheiros que trabalhavam na Osram Licht puseram o foco no desenvolvimento de aplicativos para infravermelhos. A unidade da Siemens no sudeste da Alemanha passou a se especializar nessa luz, utilizada em equipamentos de visão noturna e telescópios de observação das galáxias.

Quase meio século depois a Osram é uma empresa independente de iluminação e o infravermelho é um de seus negócios que crescem mais rapidamente, em parte graças ao aumento da demanda por um componente para ler a íris humana. Hoje, o sistema de identificação biométrica faz parte do Galaxy S8, o principal celular da Samsung Electronics, e é promovido como uma forma mais segura de desbloquear dispositivos do que as impressões digitais ou o reconhecimento facial.

A Osram está vendendo o produto como um grande avanço na sua transformação de fabricante de lâmpadas dentro da Siemens para uma empresa de alta tecnologia. A mudança de foco tem sido contenciosa, provocando conflitos no conselho sobre a estratégia e uma disputa pública com a gigante alemã de engenharia, que continua sendo o maior acionista da Osram.

Enquanto os críticos, entre eles o analista do Barclays, David Vos, dizem que as perspectivas para os escâneres de íris talvez sejam exageradas, o CEO Olaf Berlien afirma que eles estão decolando e que daqui a cinco anos “todo celular”, assim como outros dispositivos, como os caixas eletrônicos, vai ter um.

“A tendência já existe”, disse Aldo Kamper, diretor da Opto Semiconductor, a divisão em expansão da Osram que fabrica os escâneres. A importância da segurança na telefonia aumentará porque os dispositivos são cada vez mais utilizados para pagar todo tipo de bens e serviços, disse ele em entrevista.

Contratações

A Osram contratará até 1.000 pessoas na sua fábrica em Regensburg, Alemanha, para atender a crescente demanda por componentes e aumentou sua meta de resultados para o ano completo, citando um crescimento “acentuado” do segmento de produtos infravermelhos. Em março, a empresa concluiu a venda de sua divisão de lâmpadas tradicionais e avançou por um caminho diferente do de sua antiga concorrente, a Philips Lighting. Outra rival, a General Electric, disse na quinta-feira que planeja vender sua divisão de lâmpadas.

“Nosso crescimento tem uma base ampla”, disse Kamper. “Não são apenas os escâneres de íris. São os faróis dos automóveis, os usos em projeções, as aplicações em saúde, em horticultura.”

Para Vos, a Osram deveria se concentrar mais na iluminação de automóveis do que no superestimado mercado de escâneres de íris. A Osram precisa tomar cuidado para não se “emocionar demais”, disse ele.

Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.

Agende uma demo.