Petróleo aumenta, mas fundos de hedge reduzem apostas em alta

Por Jessica Summers.

À medida que os preços do petróleo Brent sobem, os gestores de recursos estão se sentindo cada vez menos otimistas.

Os fundos de hedge reduziram suas posições líquidas compradas — a diferença entre as apostas em um aumento de preço e as apostas em uma queda — pela quinta semana consecutiva, a maior sequência de declínios desde novembro de 2016. As reduções ocorreram pouco antes de o petróleo Brent ter ficado acima de US$ 80 por barril nesta semana pela primeira vez desde 2014.

“A posição era comprada no começo do ano e a reunião da Opep de 22 de junho vem aí”, disse Chris Kettenmann, estrategista-chefe de energia da Macro Risk Advisors. “As pessoas provavelmente ganharam dinheiro. É possível obter alguns lucros e depois voltar se as mensagens que eles transmitem forem coerentes.”

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, junto com a Rússia, se reunirá no mês que vem para rever os limites de produção impostos no fim de 2016, que ajudaram a reduzir os estoques e a reanimar os preços que estavam em queda. O Brent e a referência americana, o West Texas Intermediate, registram alta de 18 por cento neste ano.

Ao bancos, do Barclays ao Morgan Stanley, aumentaram as projeções de preços do Brent nesta semana e Patrick Pouyanné, CEO da Total, disse que não ficaria surpreso de ver o petróleo a US$ 100, patamar que não é registrado desde setembro de 2014.

No entanto, alguns permanecem cautelosos. O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, se reunirá com Khalid Al-Falih, da Arábia Saudita, em São Petersburgo no fim deste mês para analisar o mercado de petróleo. As negociações continuarão quando a Opep e seus aliados se reunirem em Viena no mês que vem, disse Novak.

“Precisamos analisar um período mais longo — a estabilidade deste preço, sua possível volatilidade, os fatores que o afetam”, disse Novak na sexta-feira. “Então vamos ver. Precisamos analisar a situação a longo prazo.”

Mudança de discurso

Os fundos de hedge reduziram sua posição líquida comprada no Brent em 3,7 por cento na semana encerrada em 15 de maio, para 548.555 contratos, de acordo com dados da ICE Futures Europe sobre futuros e opções divulgados na sexta-feira.

A posição líquida comprada no WTI caiu 6,2 por cento, para 385.283 futuros e opções, de acordo com dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA divulgados na sexta-feira. Foi a maior redução em seis semanas. O total de posições compradas caiu 4,9 por cento, enquanto o total de posições vendidas subiu 15 por cento. O total de posições no WTI é o menor desde agosto.

Com base em algumas análises técnicas, a alta poderia não continuar. O índice de força relativa de 14 dias do Brent está acima de 70, um nível que sinaliza sobrecompra.

“Acho que estamos nos encaminhando para um retrocesso”, disse Walter Zimmermann, principal analista técnico do ICAP-TA. “É um comportamento de manada. Todo mundo acha que chegaremos a US$ 100.”

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