Prêmio dos títulos de emergentes esfria temor relativo ao Fed

Por Aline Oyamada e Maria Jose Valero.

Os investidores de títulos de mercados emergentes podem respirar mais tranquilos.

Apesar da preocupação com a possibilidade de a alta de juros nos EUA prejudicar os ativos de países emergentes, o aperto monetário já está precificado, segundo gestoras de recursos como Aberdeen Asset Management e UBS Wealth Management. O rendimento adicional que os investidores recebem por deter dívida de mercados emergentes em vez de títulos de nações desenvolvidas já está perto do maior nível em pelo menos sete anos, após ajuste pela inflação.

Esse patamar de rendimento adicional oferece proteção caso o banco central dos EUA (Federal Reserve) surpreenda com uma postura agressiva em vez esfriar expectativas quanto ao aperto monetário. A perspectiva de aceleração do crescimento nas economias emergentes, o estreitamento de seus déficits em conta corrente e quadros políticos relativamente estáveis também ajudam a dar apoio aos títulos desses países mesmo diante da elevação dos juros nos EUA e Europa ao longo do último ano.

“Nosso cenário básico é que os spreads de crédito se sustentem perto dos níveis atuais devido à melhora dos fundamentos dos mercados emergentes, à recuperação gradual dos preços de energia e ao pano de fundo externo benigno”, disse Alejo Czerwonko, estrategista para mercados emergentes da UBS Wealth Management.

A probabilidade implícita nas cotações de mercado de elevação da taxa básica de juros pelo Fed até o fim do ano está próxima de 45 por cento, com base na taxa efetiva e no swap a termo.

A melhora nos fundamentos se reflete nos déficits em conta corrente dos países que o Morgan Stanley batizou em 2013 como os “cinco frágeis” (grupo que o banco identificou na época como especialmente vulneráveis à alta dos juros globais: Brasil, África do Sul, Turquia, Índia e Indonésia). No agregado, o déficit em conta corrente desses países chegou a 4,6 por cento do PIB há quatro anos, mas desde então encolheu para apenas 1,8 por cento.

“Estamos em melhor forma”, disse Edwin Gutierrez, responsável por dívida soberana de mercados emergentes em Londres da Aberdeen, que tem US$ 385 bilhões sob gestão.

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