Presidente da Oi diz estar aberto a venda de ações

Por Fabiola Moura.

A Oi está disposta a vender ações como parte de um processo de reestruturação que ajude a operadora brasileira a sair da recuperação judicial com capital suficiente para competir e melhorar sua rede, disse Marco Schroeder, presidente da empresa.

Schroeder disse que ainda acredita que a mais recente proposta de reestruturação da Oi é boa o suficiente para conseguir a aprovação dos credores, apesar das críticas acirradas que recebeu. Mas acrescentou que a companhia estaria disposta a considerar outras opções se acionistas e detentores de títulos chegarem a um acordo sobre como proceder.

“Se tanto acionista quanto credor achar que tem disposição para botar recursos novos na companhia, é claro que nós vamos viabilizar”, disse ele em entrevista por telefone. “Tem que ver em que condições se faria esse aumento de capital, quem subscreveria.”

A prioridade para a companhia, que deixou de pagar suas dívidas sob proteção da recuperação judicial desde junho, é conseguir que os credores aprovem um plano até o fim de setembro, disse Schroeder. Durante a divulgação de resultados do primeiro trimestre, na quarta-feira, a Oi afirmou que reduziu em 9,9 por cento as despesas operacionais em relação ao ano anterior, o que ajudou a operadora a manter a estabilidade de indicadores de lucratividade durante o processo de falência.

As ações da Oi chegaram a subir 1,5 por cento no trading de São Paulo, para R$ 3,39.

Manutenção de rede

O lucro de rotina antes de juros, impostos, depreciação e amortização caíram 3 por cento em relação ao ano anterior, para R$ 1,72 bilhão (US$ 543 milhões), pouco acima das estimativas dos analistas. A companhia gastou R$ 197 milhões menos em consertos da rede, resultado das iniciativas focadas na manutenção preventiva e na rápida resposta às reclamações.

Os cortes de custo ajudaram a Oi a continuar no jogo mesmo com a perda de clientes de telefonia celular pelo décimo trimestre consecutivo. Embora tenha perdido clientes de telefonia móvel, residencial e corporativos tanto no ano quanto no período de três meses, o ritmo das deserções está diminuindo e tende a estancar quando a economia der sinais de recuperação, disse Schroeder.

“Continuamos arrumando a nossa casa e fazendo investimentos”, disse Schroeder. “Continuamos anunciando novos produtos e nos concentrando em vender serviços casados.”

A base de clientes de telefonia móvel foi abalada principalmente pela queda do número de usuários do serviço pré-pago, que costumam ter renda mais baixa e tendem a sofrer mais durante uma recessão. Este segmento deverá se recuperar quando as taxas de desemprego começarem a cair, disse Schroeder. Algumas das deserções também ocorreram porque clientes passaram para os serviços pós-pagos e para as ofertas casadas, disse ele.

A Oi sofreu com a recessão mais profunda da história do Brasil e com a crise tributária do país. A receita obtida com clientes corporativos caiu 10 por cento porque as empresas cortaram despesas e fecharam lojas e os clientes do governo deixaram de pagar suas contas, de acordo com o comunicado da companhia e com Schroeder.

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