Por Felipe Saturnino.
Bastou uma promessa de privatização para que Eletrobras e Sabesp liderassem os ganhos entre ações de empresas de água e energia em mercados emergentes este ano – ainda que pouco se tenha avançado para colocar o plano em prática.
O caso da Eletrobras é conhecido desde o governo Michel Temer, em um processo que envolve também a venda de subsidiárias. Já a Sabesp, apesar de ser uma empresa controlada pelo estado de São Paulo, também depende da boa vontade federal, pois o governo João Doria aguarda a tramitação do novo marco regulatório do setor de saneamento no Congresso para decidir o que fazer com a concessionária.
Desde janeiro, ações da Sabesp subiram 47,6 por cento em dólar, o melhor desempenho do MSCI Emerging Markets Utilities Index. A Eletrobras vem em quarto lugar no ranking, com alta de 31,2 por cento. O índice registra elevação de 3 por cento no período.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, no entanto, afirmou em evento em Washington no mês passado que é improvável que a Eletrobras seja privatizada ainda este ano. A situação da Sabesp não é muito mais clara. O secretário estadual da Fazenda, Henrique Meirelles, disse em evento em 24 de abril que não há garantia de que o processo se encerre este ano. A cautela de ambos, porém, não parece afetar o otimismo do mercado em relação às empresas.
“Até agora, há mais ruído em torno do assunto do que as mudanças reais na linha principal de políticas favoráveis ao mercado”, diz Frederico Sampaio, diretor de investimentos de renda variável da Franklin Templeton no Brasil, que tem aproximadamente R$ 10 bilhões em ações no país. “Enquanto a atual equipe econômica estiver aí, há razão para acreditar que as privatizações vão ocorrer”.