Por Alan Bjerga e Marvin G. Perez.
A produção de laranjas na Flórida cairá 21 por cento e atingirá o menor volume em 71 anos depois que o furacão Irma devastou a colheita, mostraram dados do governo.
Os produtores de laranja da Flórida, o maior produtor dos EUA, colherão 54 milhões de caixas na safra 2017-2018, a menor quantidade desde 1947 — quando não era comum a irrigação de cítricos –, afirmou na quinta-feira o Departamento da Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) em um relatório. Uma pesquisa da Bloomberg com analistas apontou para uma safra de 58,2 milhões de caixas. Uma caixa pesa 41 quilos.
O Irma, que fez cair até 430 milímetros de chuva em áreas de cultivo de cítricos em 24 horas, impediu que os produtores chegassem às plantações, com árvores destruídas e muita fruta que caiu sem ser colhida, afirmou o USDA.
Contudo, a projeção do departamento ficou acima dos 31 milhões de caixas previstos pela Florida Citrus Mutual, a maior associação de produtores do estado, em 10 de outubro. O suco de laranja para entrega em novembro em Nova York chegou a cair 3,7 por cento, mas depois se estabilizou com uma queda de 2,3 por cento, a US$ 3,50 por quilo na ICE Futures U.S.
A associação de produtores da Flórida contesta a estimativa do USDA para a safra de laranja da Flórida.
Os preços também estão sendo pressionados porque o Brasil, o maior fornecedor, tem grandes estoques, está colhendo mais e compensará a redução da oferta da Flórida, disse Burak Kazaz, professor de gestão de rede de suprimentos na Whitman School of Management da Syracuse University, em entrevista pelo telefone.
Segundo estimativas, o Irma causou US$ 2,5 bilhões em estragos à agricultura, disse em 4 de outubro o Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor da Flórida. Estimativas preliminares mostram danos por US$ 760,8 milhões no setor de cítricos.
“O caminho do furacão Irma não poderia ter sido mais letal”, disse na quarta-feira o comissário de Agricultura da Flórida, Adam Putnam. As plantações de laranja ainda estão alagadas no sudoeste do estado e os legisladores estaduais estão pedindo ao governo federal ajuda imediata para os produtores.
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