Por Manisha Jha
A safra de milho ruim do Brasil provavelmente freará as exportações para a União Europeia e ajudará a Ucrânia a reforçar a posição de maior fornecedora da região.
As vendas do Brasil para a UE se multiplicaram por seis nos últimos 12 meses após uma safra abundante que tornou mais competitivo o milho do segundo maior exportador mundial, que tirou participação de mercado da Ucrânia. Mas essa condição agora está sendo revertida devido à recuperação dos preços brasileiros frente à expectativa de que a seca reduzirá a produção de 2017-2018 em pelo menos 13 por cento em meio ao barateamento do milho da Ucrânia.
“Normalmente estaríamos vendo o Brasil com preços bastante agressivos agora para conseguir mais participação de mercado na metade do verão (Hemisfério Norte), mas não é o que está ocorrendo”, disse Alexandre Boy, analista da consultoria agrícola Agritel, com sede em Paris. “O milho brasileiro está mais caro.”
O Brasil respondeu por um terço das importações da UE na temporada que termina neste mês e a participação da Ucrânia caiu para 45 por cento. O bloco importou uma quantidade recorde, em parte devido à oferta internacional mais barata, e as compras deverão continuar elevadas devido ao aperto no mercado. O Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) avalia que as importações da UE subirão 2 por cento na safra 2018-2019.
“A Ucrânia continuará sendo uma grande fornecedora da UE na próxima temporada devido à sua vantagem competitiva, mas podemos prever algumas importações do Brasil também”, disse Amy Reynolds, economista sênior do IGC, que tem sede em Londres.
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