Setor solar está prestes a atingir 100 gigawatts graças à China

Por Jim Efstathiou Jr.

A indústria de energia solar está prestes a atingir um marco: as instalações globais deverão atingir 108 gigawatts no ano que vem graças à China, mostram projeções da IHS Markit.

O forte apoio do governo à energia limpa na China, maior mercado de energia solar do mundo, continuará estimulando a demanda por painéis, informou a empresa de pesquisa com sede em Londres, em relatório na quinta-feira. A fome do país por energias renováveis é tão grande que atualmente quase metade dos painéis do mundo estão destinados para uso no país no ano que vem.

O apetite da China é ao mesmo tempo uma bênção e uma maldição para a energia solar. Os desenvolvedores de energia solar podem ter dificuldades para reunir oferta para construir plantas em outros países. E os preços dos painéis deverão subir no primeiro semestre do ano, ameaçando a economia dos parques solares em desenvolvimento no momento, segundo Edurne Zoco, diretora de pesquisa e análise da IHS Markit.

“Ultrapassar 108 gigawatts em instalações fotovoltaicas está perto do extremo máximo do que pode ser alcançado com base na capacidade global de fabricação de polissilício”, disse Zoco. “Os projetos de algumas regiões poderiam ser adiados ou até cancelados porque os preços de mercado estão mais altos do que os estimados durante a fase de planejamento.”

Enquanto isso, os EUA, segundo maior mercado de painéis, enfrentam uma incerteza política porque o presidente Donald Trump está estudando a imposição de barreiras comerciais sobre os painéis importados, medida que alterariao mercado americano. Há também a preocupação de que as propostas de reforma tributária ameacem o mercado solar. Os parlamentares que estão discutindo impostos no Congresso afirmaram na quinta-feira que chegaram a um acordo tentativo que protegeria principalmente o setor de energia renovável de uma disposição que ameaçava fazer desaparecer o financiamento de novos projetos.

A Índia, terceiro maior mercado do mundo, está estudando direitos antidumping para módulos fabricados na China e anunciou licitações para projetos que utilizem conteúdo local. As medidas podem limitar a oferta de módulos nos próximos anos.

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