Por Malcolm Scott.
Os líderes dos chamados países do Brics se reunirão a partir de quarta-feira em Ufa, Rússia. Eis o que você precisa saber sobre essas economias do mercado emergente para acompanhar a cúpula.
1. As economias do Brics estão ficando muito grandes
O total da produção econômica no ano passado do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (US$ 17 trilhões) quase igualou o PIB dos EUA. Em 2007, a economia dos EUA era duas vezes maior do que a do Brics.
“Apesar de algumas decepções em algumas das economias do Brics, lideradas pela China e pela Índia, o peso coletivo do grupo no PIB global continua a aumentar e, portanto, sua importância também cresce”, disse Jim O’Neill, ex-economista-chefe do Goldman Sachs Group Inc. que cunhou a sigla em 2001, ainda sem a África do Sul.
2. A China quer um palco maior
Para o presidente chinês Xi Jinping, que tem estado particularmente ativo desenvolvendo maneiras para que seu país e os pares do Brics se tornem mais influentes, a reunião é uma oportunidade para angariar apoio para o crescente protagonismo da China no cenário mundial.
“Os países ocidentais muitas vezes assumem uma atitude do tipo ‘conosco ou contra nós’ em relação à China, mas a China não está nem contra nem a favor das potências ocidentais”, disse Zhu Jiejin, pesquisador do Centro de Estudos sobre o Brics da Universidade de Fudan, em Xangai. “A China aceita a estrutura atual e, ao mesmo tempo, tenta modificá-la. Para a China, seria melhor buscar essas mudanças junto com a Índia, a Rússia, o Brasil e a África do Sul, do que sozinha”.
Outro quesito que une os líderes do Brics é o programa de reserva de câmbio de US$ 100 bilhões, discutido na cúpula do ano passado. Além disso, há planos para o banco do Brics, que ocupará grande parte da agenda deste ano, junto com a estratégia chinesa “One Belt One Road” e as formas de aprofundar os vínculos econômicos.
3. Mas nem todos se deram tão bem quanto a China
Desde a primeira cúpula oficial dos líderes, em 2009, a China foi claramente a economia mais bem-sucedida e seu PIB, que era aproximadamente igual ao dos seus quatro colegas juntos, passou a ser mais de 50 por cento maior.
A Rússia e o Brasil, estrelas no início do Brics, perderam o brilho mais recentemente porque a queda dos preços das commodities e as dificuldades políticas obscureceram as perspectivas desses países. Em contraste, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi vai à cúpula com sua economia a todo vapor, tendo eclipsado a da Rússia e se aproximado da do Brasil.
“Embora a China e a Índia estejam se saindo relativamente melhor em termos de desenvolvimento econômico, isso não significa que a China e a Índia vão reduzir a voz dos outros três membros do grupo”, disse Zhu. “A marca de nascimento do Brics é a igualdade entre os membros”.
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