Por Sarah Frier.
O Twitter está mostrando às demais empresas do Vale do Silício que é possível estabelecer metas públicas por uma força de trabalho mais diversa e realmente cumpri-las, especialmente se essas metas forem modestas.
Em dezembro, 30 por cento das pessoas em cargos de liderança do Twitter — definidas como aquelas com cargo de diretor ou superior — eram mulheres, informou a companhia com sede em São Francisco, nos EUA, na quinta-feira. A fatia contrasta com a de 22 por cento de 2015 — e com a meta de 25 por cento. A mão de obra técnica do Twitter é, em 9 por cento dos casos, de minorias insuficientemente representadas, o que bate a meta da empresa e representa um ganho em relação aos 7 por cento do ano anterior.
As empresas do Vale do Silício têm hesitado em fixar números para seus amplos esforços de diversificar suas forças de trabalho, temendo uma maior vigilância. O setor tem tido dificuldades para resolver o problema, considerando o quanto as novas contratações costumam depender de conexões pessoais e da adequação à cultura de uma empresa. A empresa dona do Pinterest foi uma das primeiras a estabelecer cotas para seus novos contratados. Neste ano, o site de compartilhamento de imagens informou que cumpriu duas delas e que está reduzindo a meta da terceira devido à dificuldade para atingi-la.
“Nós sabemos que os efeitos das nossas ações — muitas delas novas em 2016 — não podem ser imediatos”, afirmou o Twitter, em postagem de blog. “Estamos focados em esforços sustentados que nos ajudarão a atrair talentos mais diversos, a criar grandes experiências e carreiras e a fomentar uma cultura de pertencimento à altura do espírito da comunidade do próprio Twitter.”
A empresa emprega cerca de 3.500 pessoas após anunciar em outubro que reduziria 9 por cento de seus postos de trabalho. O Twitter preferiu não revelar o tamanho de seus grupos de empregados.
O Twitter afirmou que ter uma mão de obra diversa é importante para refletir as necessidades de um site de redes sociais que é frequentemente usado para o ativismo das minorias, como o #BlackLivesMatter. A empresa se associou a grupos externos em busca de conselhos e apoio. Contudo, a empresa informou que a expectativa é de que o ritmo de avanço diminua.
A empresa planeja aumentar neste ano a fatia de mulheres empregadas de 37 por cento para 38 por cento, a de mulheres em cargos técnicos de 15 por cento para 17 por cento e as minorias insuficientemente representadas de 11 por cento para 13 por cento. Como comparação, o Facebook informou que as mulheres respondem por 33 por cento de sua folha de pagamento. Uma fatia de 17 por cento dos funcionários técnicos da companhia são mulheres, enquanto 1 por cento dos trabalhadores de tecnologia são negros e 3 por cento, latinos.
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