Wal-Mart e Target enfrentam Amazon em guerra de preço nos EUA

Por Lindsey Rupp e Sarah Very.

Wal-Mart Stores, Target e outras redes de lojas físicas estão contando com descontos maiores e uma oferta virtual mais ampla para acompanhar o ritmo da Amazon nesta temporada de fim de ano.

A Black Friday dá início à temporada de compras de fim de ano, e as redes estão oferendo descontos maiores que em 2015 — apostando em que vale a pena ajustar as margens para manter a participação de mercado. Com base em um estudo de circulares de fim de ano realizado pela Market Track, o Wal-Mart está oferecendo um desconto médio de 39 por cento, em comparação com 35 por cento no ano passado. No Target, os cortes de preço cresceram de 36 por cento para 38 por cento.

“Como as linhas que separam as lojas físicas tradicionais e o comércio eletrônico estão cada vez menos claras, a necessidade de chamar muita atenção durante eventos comerciais como a Black Friday é significativa”, disse Traci Gregorski, vice-presidente sênior de marketing da Market Track, em comunicado enviado por e-mail. “A facilidade para comparar preços em distintos canais cria uma situação que dá uma vantagem indiscutível ao consumidor.”

Wal-Mart e outras empresas também estão direcionando os clientes aos descontos oferecidos na internet, não apenas nas lojas físicas. Embora a rede continue oferecendo promoções especiais da Black Friday em seus supermercados, o dia marca o início de uma série de promoções virtuais chamada “Cyber Week”. O Wal-Mart triplicou sua oferta no comércio eletrônico para 23 milhões de produtos neste ano a fim de concorrer melhor contra a Amazon.

O Target, por sua vez, oferece desconto de 15 por cento em quase todos os produtos de suas lojas e seu site durante dois dias: domingo e segunda-feira. Os descontos agressivos têm seu custo. Quando o Target rebaixou os preços na temporada de fim de ano passada, sua margem de lucros caiu de 28,5 por cento para 27,9 por cento.

A Federação Nacional de Varejo (NRF, na sigla em inglês) calcula que cerca de 137,4 milhões de consumidores farão compras em lojas ou pela internet no fim de semana de quatro dias que começou no Dia de Ação de Graças e marca o começo da temporada de compras de fim de ano nos EUA. Mas o montante gasto pelos americanos diminuiu nos últimos três anos, um recuo de 26 por cento desde 2013, para uma média de US$ 299,60 por pessoa em 2015.

Este é um sinal de que as compras de fim de ano estão se estendendo durante um período de tempo mais longo. Mas projeta-se que o gasto nos EUA durante a temporada como um todo — novembro e dezembro — crescerá 3,6 por cento, para US$ 655,8 bilhões em novembro e dezembro, estima a NRF.

Uma coisa está deixando os comerciantes otimistas neste ano: é possível que haja demanda reprimida depois da eleição presidencial polarizadora. Muitas redes, como Kohl’s, Gap e Barnes & Noble, culparam a temporada eleitoral por prejudicar o gasto. Com o resultado definido, elas esperam que os dólares finalmente fluam.

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