Custos estão devorando lucros na indústria de metais

Por Joe Deaux e Danielle Bochove.

As empresas de mineração e de metais estão redescobrindo a desvantagem de um aumento de preços: custos mais altos.

Uma forte recuperação dos mercados de commodities nos últimos dois anos deixou os produtores em um ponto ideal de rentabilidade após anos de corte de custos para lidar com preços baixos. Agora, à medida que a recuperação se consolida e o custo mais alto da energia e de outros materiais começa a afetá-las, algumas empresas estão lutando para manter as margens.

No decorrer da temporada de balanços trimestrais, várias empresas, da Alcoa à AK Steel Holding, viram suas ações caírem em meio a sinais de que o lento aumento dos custos está devorando os lucros. A Caterpillar, a gigante do maquinário, disse que espera que os custos mais altos dos materiais compensem grande parte dos aumentos de preços de seus produtos. A Freeport-McMoRan também sinalizou o efeito do aumento do petróleo em um call sobre lucros.

Os custos por unidade para as mineradoras provavelmente aumentarão 5 por cento a 10 por cento neste ano, com a energia e a moeda como as maiores pressões imediatas e a inflação salarial como um fator mais provável por volta do fim do ano, segundo Roger Bell, diretor de pesquisa sobre mineração da Hannam & Partners. Os custos também poderiam aumentar porque os produtores procuram mais “toneladas marginais” explorando áreas mais complicadas, disse ele.

Recuperação

Os membros do Bloomberg World Mining Index experimentaram uma forte recuperação da rentabilidade à medida que os preços dos metais foram se recuperando. A margem bruta média subiu de 16 por cento há dois anos para 27 por cento e a estimativa é de que atingirá 34 por cento em 12 meses, segundo analistas acompanhados pela Bloomberg. As margens das siderúrgicas e dos produtores de minério de ferro também se expandiram, mas provavelmente se estabilizarão nos próximos 12 meses, mostram as estimativas.

A Alcoa extrai a bauxita que usa para fabricar alumina e depois alumínio, o que a protege parcialmente do lento aumento dos custos. Contudo, como disse CEO Roy Harvey em entrevista no mês passado: “Não restam muitas oportunidades de integração para aproveitar quando você produz suas próprias matérias-primas”.

Há também um efeito retardado do aumento do custo dos insumos. A soda cáustica, por exemplo, demora seis meses para chegar ao balanço, disse Harvey.

Os custos de combustível podem representar entre 25 por cento e 30 por cento dos custos de algumas mineradoras e estão em grande parte fora do controle delas, disse Bell. No caso da Cleveland-Cliffs, a energia foi apontada como uma das principais causas de um salto de 11 por cento no custo em dinheiro dos bens vendidos e na taxa de gastos operacionais do minério de ferro nos EUA.

Os encargos trabalhistas são outra preocupação dos produtores porque os mercados estão se ajustando. O setor está prestando muita atenção no Chile, um gigante do cobre, que está se preparando para o ano com mais negociações salariais de sua história, já que os sindicatos estão encorajados pela alta dos preços.

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