Por Vinícius Andrade.
A gestora Aberdeen Asset Management tem carregado uma posição overweight nas ações brasileiras e underweight nas ações de países andinos, apostando em empresas da maior economia da América Latina que têm entregado resultados sólidos mesmo diante de uma recuperação vacilante.
“Nós temos um pequeno overweight no Brasil principalmente por conta da qualidade das empresas que encontramos no mercado”, disse Peter Taylor, gestor de investimentos na Aberdeen, em entrevista por telefone.
Lojas Renner, Bradesco e Notre Dame Intermédica estão entre os nomes preferidos da gestora no Brasil. “A Lojas Renner continua a crescer acima do mercado e a ganhar market share”, disse Taylor. “E o Bradesco está em um forte momento, gerando bons resultados.”
O Brasil tem se recuperado da pior recessão de sua história a um ritmo abaixo do esperado, com atrasos na agenda reformista do governo desencorajando investimentos. Ainda assim, estrategistas esperam um crescimento de lucros de dois dígitos no país, com o Itaú BBA vendo um aumento de 17% e o Bank of America Merrill Lynch projetando um salto de 20%.
A Aberdeen aumentou a sua posição em Petrobras após temores de intervenção na estatal quando o governo Jair Bolsonaro reverteu uma alta no preço do diesel, em meados de abril, levando a ação a uma forte queda. A gestora aproveitou a oportunidade de compra e ainda vê a ação negociada a um desconto atrativo. “Haverá solavancos no caminho, mas o governo está mais comprometido em fazer a Petrobras funcionar”, disse ele.
Na América Latina, a Aberdeen também gosta da empresa argentina Globant e do banco mexicano Banorte. A gestora tem uma posição underweight em ações de Chile, Colômbia e Peru.