Acorde às 3h da manhã para negociar moedas, diz Deutsche Bank

Por Isobel Finkel.

Com os mercados de câmbio sendo abalados por empresas de alta frequência em busca de uma vantagem de um nanossegundo, é uma noção estabelecida no setor que o tempo é tudo. Agora, o Deutsche Bank descobriu uma forma de baixa tecnologia de colocar esse princípio em prática: acordar às 3 horas da manhã.

Essa recomendação antissocial se baseia na ideia de que a hora do dia tem grande influência sobre os comportamentos das principais moedas do mundo — uma conclusão tirada a partir de cálculos elaborados pelos estrategistas Daniel Brehon e Nicholas Weng, ambos da empresa. Eles identificaram uma repetição de padrões que permanece firme em todos os mercados e fusos horários e que pode, diz a dupla, ajudar os traders a prever o comportamento cambial e mitigar custos de spread.

Alguns desses padrões não deveriam surpreender. A volatilidade da paridade EURUSD é mais elevada nas aberturas em Londres e Nova York, enquanto a do AUDJPY dispara no início dos pregões de Nova York e Tóquio. Contudo, a conclusão deles de que “as moedas tendem a perder valor durante os pregões ao longo do dia em seus próprios fusos horários” oferece retornos menos óbvios e possivelmente mais contestáveis.

Quem negocia moedas cruzadas sistematicamente pode alocar apostas mais favoráveis ou pedir preços se houver mais sensibilidade aos horários, dizem. “Atuar no momento intradiário correto em vez do incorreto pode ser a diferença entre pagar duas vezes o spread efetivo (se você esperava retorno intradiário negativo) e pagar zero ou até mesmo receber um spread efetivo (se você esperava retorno intradiário positivo)”.

Se calculada corretamente, a alta do dólar em relação às moedas europeias durante o pregão em Londres — e sua reversão durante o pregão em Nova York — pode valer 2 a 3 pontos-base em cada direção, dizem eles. Trata-se de uma margem que pode superar os custos de spread dos pares de moedas mais líquidos.

“Os retornos dos pregões são lógicos e consistentes em todos os fusos horários, o que nos dá um alto nível de confiança quanto à importância do momento intradiário”.

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