Acordo de US$ 1,39 bi da Odebrecht está ameaçado no Peru

Por Vanessa Dezem e John Quigley.

A Odebrecht acertou em agosto a venda da hidrelétrica Chaglla para a China Three Gorges, acordo que deveria ter sido fechado em 23/fevereiro mas tem sido mantido em suspenso há meses enquanto o governo decide quanto deve reter da operação e quanto deve ficar com a empreiteira envolvida em escândalos da Lava Jato no Brasil.

A Odebrecht está sob investigação no Peru, Colômbia, Euqador, Panamá e outros países, como desdobramentos da Lava Jato, e tenta vender ativos para quitar suas dívidas enquanto tenta reconstruir sua reputação.

O governo peruano aprovou lei para reter parte dos recursos da venda de ativos de companhias envolvidas em atividades ilegais, o que impede a Odebrecht de transferir dinheiro para fora daquele país sem aprovação do governo.

A lei não especifica que porcentagem da transação deve ser retida e uma pessoa com conhecimento do assunto disse que os procuradores do Peru propõem aplicar uma multa de até US$ 1 bilhão à Odebrecht. Uma nova versão da lei discute uma retenção de 50% dos recursos, segundo a pessoa. Odebrecht e Three Gorges pediram ao governo que reduzisse a multa para 30%.

Odebrecht e Three Gorges negociam uma extensão de 30 dias para o acordo, segundo a pessoa, que pediu anonimato porque as discussões são privadas. A Three Gorges não quis comentar sobre o acordo.

Medidas excepcionais instituídas por decreto criaram uma série de obstáculos à companhia e geraram uma atmosfera de grande incerteza entre os investidores”, disse a Odebrecht em um email à Bloomberg.

A empresa disse esperar que a aprovação de um novo marco regulatório possa tornar o processo de venda viável e reative o setor de infraestrutura em geral, segundo a mensagem.

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