Por Brad Stone e Olivia Zaleski.
No fim do ano passado, enquanto muitas startups de tecnologia se viravam do avesso para continuar operando, o Airbnb atingiu sem alarde uma marca que poucos de seus pares haviam alcançado: a rentabilidade.
O Airbnb se tornou rentável pela primeira vez durante o segundo semestre de 2016, contam pessoas próximas à companhia. A empresa de aluguel de casas e apartamentos antecipa que manterá a rentabilidade antes de juros, impostos e amortização em 2017, disseram as pessoas, que pediram anonimato por discutirem os resultados de uma empresa privada.
Ao alcançar a rentabilidade o Airbnb se coloca em posição bastante diferente do colega Uber. A empresa de caronas compartilhadas teve um prejuízo total estimado em US$ 3 bilhões no ano passado, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto. Os motivos foram as tarifas, mantidas baixas pelo Uber para competir com rivais como o Lyft nos EUA, e os esforços para ganhar participação de mercado na China, país que a empresa acabou abandonando no terceiro trimestre do ano passado ao vender os negócios locais para a rival chinesa Didi Chuxing.
As histórias entrelaçadas do Uber e do Airbnb, as duas startups de tecnologia mais valiosas dos EUA, são o tema de uma publicação da Bloomberg Businessweek, extraída de um livro que está prestes a ser lançado, “The Upstarts: How Uber, Airbnb, and the Killer Companies of the New Silicon Valley Are Changing the World” (As upstarts: como o Uber, o Airbnb e as poderosas empresas do novo Vale do Silício estão mudando o mundo).
O Airbnb tem se aproveitado de um mercado consideravelmente menos concorrido que o Uber. O site fica com uma comissão de 6 por cento a 12 por cento das tarifas pagas pelos hóspedes, além de uma pequena comissão dos anfitriões. A empresa não tem despesas relacionadas à manutenção e à limpeza das propriedades. Em novembro, lançou um novo conjunto de serviços com o objetivo de conectar os viajantes a habitantes locais que oferecem experiências autênticas, como expedições para coleta de cogumelos e visitas guiadas a estúdios de arte de bairro.
A receita do Airbnb aumentou em mais de 80 por cento em 2016, disse uma das pessoas próximas à companhia, apesar de cidades como São Francisco e Nova York terem aprovado leis que aplicariam limites ao número de noites que os anfitriões poderiam listar suas propriedades. A companhia ainda conta praticamente com a totalidade dos US$ 3,1 bilhões em financiamento que captou e está à procura de investimentos e aquisições, disse a pessoa. Recentemente, a empresa investiu na startup de reservas Resy. Agora, está negociando um investimento de cerca de US$ 50 milhões em dinheiro e ações para compra da startup de pagamentos Tilt, que possui um aplicativo de smartphone que permite que diversas pessoas dividam contas, disseram pessoas com conhecimento das discussões.
Enquanto desenvolve novos serviços, como uma ferramenta de reserva de voos, o CEO do Airbnb, Brian Chesky, tem realizado mudanças em sua equipe de liderança. Nathan Blecharczyk, o cofundador que codificou o website original da startup, recentemente passou a ser diretor de estratégia, disse um porta-voz. No cargo, ele avaliará possíveis investimentos e aquisições, entre outras coisas. A companhia ainda não nomeou o substituto de Blecharczyk como diretor de tecnologia.
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